Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 6 de dezembro de 2018
Reconhecido pela atuação na medicina de alta complexidade, o Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, passará a realizar transplantes de fígado e de rim. O credenciamento, concedido pela Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, foi publicado no Diário Oficial da União no fim de novembro.
“Isso complementa a nossa gama de atividades e ainda proporciona a ampliação da pesquisa e inovação nessas áreas”, destaca o superintendente médico da instituição, Luiz Antonio Nasi.
O Grupo de Transplante Renal, formado pelas equipes de nefrologia, cirurgia geral, urologia e equipe multidisciplinar, já está capacitado para realizar transplantes tanto com doador vivo como com doador falecido.
“O grupo reúne profissionais com mais de 20 anos de experiência nessa área”, detalha o nefrologista David Saitovitch, responsável técnico pelo transplante renal no Hospital Moinhos de Vento. “O Hospital está totalmente capacitado.”
A novidade representa a retomada de um procedimento no qual o hospital é pioneiro: em 1970, o primeiro transplante renal do Rio Grande do Sul – e o segundo do País – foi realizado no Moinhos de Vento pela equipe do médico Loreno Brentano. E há quatro anos, houve uma sequência de cinco transplantes para a avaliação de todo o processo.
No que se refere ao transplante hepático, o gastroenterologista Fernando Herz Wolff, coordenador clínico do Centro de Doenças do Fígado, explica que a atividade pode ser nova na instituição, mas os profissionais envolvidos reúnem vasta experiência e qualificação: “O Hospital passa a atender todo o espectro de doenças hepáticas”.
A necessidade de transplante é para pessoas com doenças hepáticas, como alguns tipos de câncer (hepatocarcinoma) e cirrose – dano irreversível que deteriora a função do órgão – provocada por hepatites, álcool entre outras causas.
UTI
Para auxiliar no processo do transplante, está sendo montada a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Fígado. A finalidade é receber pacientes de pré e pós-operatório. Ficará próxima do bloco cirúrgico, para facilitar o deslocamento, já que pode haver gravidade em algumas situações.
“A UTI também será voltada para paciente com insuficiência hepática aguda, por drogas ou hepatites. No local, vai receber tratamento especializado para reverter a insuficiência. Se necessário, será realizado o transplante”, afirma o médico José Fernando Pires, intensivista de pré e pós-operatório.
O transplante hepático não consta do “Rol de Procedimentos” da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), o que garantiria a cobertura por planos de saúde. O órgão regulador informa que, a cada dois anos, a lista é atualizada pelo Comitê Permanente de Regulação da Atenção à Saúde. Conforme a ANS, procedimentos ainda não incluídos no Rol poderão ser avaliados a partir de estudos clínicos e comprovação de capacidade da rede assistencial.
Doações
Desde julho de 2015 o Hospital Moinhos de Vento realiza o TMO (transplante de medula óssea). Nesse período, já foram 91 procedimentos de pacientes de convênios e por meio do Proadi (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional) do SUS (Sistema Único de Saúde).
No Brasil, a fila de espera por um órgão doado permanece elevada, somando cerca de 30 mil pessoas. Para aumentar a doação no país, o Moinhos de Vento desenvolve o Donors (“doadores”, em inglês), projeto coordenado pelo Escritório de Projetos Proadi-SUS do hospital em parceira com o Ministério da Saúde. A finalidade é capacitar profissionais de saúde para esclarecer familiares sobre a morte encefálica e a importância da doação de órgãos.