Quinta-feira, 16 de outubro de 2025

1/3 dos adultos no mundo sofre com pressão alta; situação é pior no Brasil

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um estudo inédito que detalha o impacto global da hipertensão arterial, com dados sobre a incidência da doença em cada país. Conforme o levantamento, um a cada três adultos em todo o mundo sofre de pressão alta. O Brasil está acima da média, com 50,7 milhões de hipertensos entre 30 e 79 anos (ou seja, 45% da população) .

A OMS chamou a doença de “assassina silenciosa” e seu impacto de “devastador”. Isso porque a hipertensão geralmente não provoca sintomas, motivo pelo qual há uma baixa adesão da população ao tratamento, mas pode levar à morte ao provocar acidente vascular cerebral (AVC), ataque cardíaco, danos renais, entre outros problemas graves de saúde.

Quatro em cada cinco pessoas com hipertensão não são tratadas corretamente em todo o mundo, aponta a pesquisa internacional. A OMS cobra atenção dos governos. Conforme o levantamento, se os países aumentarem a cobertura do tratamento, aproximadamente 76 milhões de mortes, 120 milhões de AVCs, 17 milhões de casos de insuficiência cardíaca e 79 milhões de ataques cardíacos podem ser evitados até 2050.

No Brasil, o relatório mostra que a probabilidade de uma pessoa com hipertensão morrer precocemente é de 15%. Em 2019, ano em que os dados da pesquisa foram coletados, 381 mil morreram por doenças cardiovasculares e 54% deles tinham quadros de pressão alta.

A expectativa da OMS é de que 365 mil vidas sejam poupadas até 2040 se o País ultrapassar a marca de 40% dos casos de hipertensão controlados; hoje, apenas 33% têm a doença sob controle.

O relatório mostra que o número de indivíduos que vivem com hipertensão (quando a pressão arterial é igual ou superior a 140/90 mmHg ou há uso de medicamentos para hipertensão) duplicou entre 1990 e 2019, passando de 650 milhões para 1,3 bilhão. Além disso, atualmente quase metade das pessoas com pressão alta em todo o mundo desconhece sua condição.

A idade avançada e a genética podem aumentar o risco de desenvolvimento da doença, mas fatores de risco modificáveis, como uma dieta rica em sal, falta de exercícios físicos e consumo elevado de álcool, também favorecem o surgimento da hipertensão.

A recomendação atual da OMS é que o consumo máximo de sal seja de 5 gramas ao dia (o que dá algo em torno de 2 gramas de sódio, principal mineral presente no ingrediente). E há dados apontando que o brasileiro ingere cerca de 12 gramas de sal. A questão é que, quando há excesso de sódio na circulação, o organismo começa a reter mais líquido no interior dos vasos – e isso eleva a pressão.

Estudos anteriores mostraram que, além dos benefícios para a saúde das pessoas, há vantagens econômicas em investir nos cuidados. A cada unidade de moeda gasta na prevenção da hipertensão, é possível economizar 18 no tratamento de casos graves, quando o paciente chega ao hospital com AVC ou enfarte.

“A hipertensão pode ser controlada eficazmente com regimes de medicação simples e de baixo custo e, no entanto, apenas uma em cada cinco pessoas com hipertensão a controlou”, afirma Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

“Tratar a hipertensão por meio de cuidados de saúde primários salvará vidas, ao mesmo tempo que poupará milhões de dólares por ano”, diz Michael R. Bloomberg, embaixador global da OMS de Doenças e Lesões Não Transmissíveis.

 

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