Quinta-feira, 03 de julho de 2025

88% dos deputados federais são a favor de ampliar a isenção do Imposto de Renda

Pesquisa Genial/Quaest publicada nessa quarta-feira (2) aponta que o projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil tem a aprovação de ampla maioria na Câmara dos Deputados. Dos parlamentares entrevistados, 88% responderam que são a favor. A medida, de autoria do governo federal, é uma das apostas da gestão Lula 3 para reverter a queda de popularidade.

Somente 5% dos deputados entrevistados afirmaram ser contra a medida. Outros 7% não souberam ou não responderam. A Quaest fez 203 entrevistas (40% do total de deputados federais), em uma amostra representativa que levou em conta a proporção por região do País e a ideologia partidária. A margem de erro da pesquisa é estimada em 4,5 pontos percentuais, para mais ou para menos. Segundo o instituto, a coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas presenciais e virtuais, entre os dias 7 de maio e 30 de junho.

Haddad

O projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda está em análise em uma comissão especial da Câmara e tem o deputado e ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL) como relator. Havia a expectativa de Lira apresentaria seu parecer no dia 27 de junho, mas, em meio à crise entre Executivo e Legislativo – impulsionada pela derrubada do decreto do IOF – a apresentação acabou sendo adiada.

Na terça-feira (1º), o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PTCE), afirmou a jornalistas que o adiamento ocorreu por um pedido do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo Guimarães, houve uma reunião na noite de segunda (30) entre ele, o relator do texto e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, para discutir a proposta.

“Não foi ele [o deputado Arthur Lira] que adiou essa semana a votação na comissão. Foi um pedido da Fazenda para adiar para outra semana, conforme o relato que eu e a ministra Gleisi recebemos do relator da matéria”, disse.

Segundo Guimarães, Lira sinalizou que não haverá problemas em votar o texto na Comissão Especial e, com isso, o governo mantém a expectativa de aprovar o projeto no colegiado antes do recesso parlamentar. Interlocutores de Lira afirmam que “está tudo pronto” e ele só espera, no momento, “a temperatura baixar”.

Pobres x ricos

Em crise com o Congresso e pressionado pela queda de popularidade, o governo vem reforçando a estratégia de apostar no embate entre ricos e pobres. Em viagem ao Tocantins, na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que “não gostam dele” por defender o “povo trabalhador” e o aumento de impostos para os mais riscos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também tem intensificado discurso nesse sentido. “Em geral, quem paga a conta do ajuste fiscal é o salário mínimo, o aposentado… Quando você fala: vamos corrigir as contas, mas vamos chamar o dono da cobertura para pagar, aí não é possível”, disse recentemente.

O PT lançou uma campanha no fim de semana reforçando a estratégia e defendendo o projeto de isenção do Imposto de Renda. Em vídeos publicados nas redes sociais, explora a ideia de que o atual modelo é injusto e defendem cobrar mais dos mais ricos, por meio da “taxação BBB, dos bilionários, bancos e bets”. (Com informações do Valor Econômico)

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