Quinta-feira, 14 de agosto de 2025

A atriz e poeta Isis Valverde lança sua segunda publicação, “Vermelho Rubro”, na qual celebra o seu amadurecimento

“Um livro que sangra.” Foi assim que Rosalba Nable, mãe de Isis Valverde, descreveu Vermelho Rubro (Citadel Editora) após ler o novo livro de poesias escrito pela filha. “Minha mãe ama poesia. Ela merece todos os poemas do mundo”, diz Isis. É para ela que a atriz dedica esta sua segunda publicação de poemas, que será lançada no dia 20. No ano passado, Rosalba finalizou um tratamento contra um câncer de mama, do qual falou nas redes sociais. Isis, porém, não acha que Vermelho Rubro tenha nascido unicamente da dor.

Reunindo textos escritos ao longo de cinco anos, o livro soa mais denso do que Camélias em Mim (Ed. Agir) – escrito quando ela tinha 17 anos e lançado em 2019 – e desnuda temas como o lado negativo da fama, a busca incessante pela felicidade e o amor. Para ela, seu segundo livro tem mais a ver com amadurecimento.

“É uma Isis mais vivida”, afirma. “A poesia nunca basta, nunca nos cansamos dela, que está em todo lugar. Vai amadurecendo e levando, com ela, cicatrizes que a vida deixa.”

É a Isis de 38 anos quem conduz o livro – mas a Isis menina, que nasceu em Aiuruoca, também aparece nas páginas. A atriz aponta Quintal de Outubro como o seu poema preferido de Vermelho Rubro. “A alegria era minha incessante busca, uma busca pelo efêmero. / Eu, menina raiz, despida em cachoeiras, desenfreada e / selvagem entre os arbustos frutíferos da terra Minas. / Menina de pele amarela, pés enlameados e boca em flor. / Mal sabia eu que o mundo não era meu quintal”, escreve em um trecho.

Mesmo sendo seu preferido, a artista diz não conseguir ler serenamente Quintal de Outubro. “Eu me emociono, ele me leva de volta para casa, de volta a algumas memórias.”

Mocinha

Para o público, olhar para Isis Valverde é enxergar uma mocinha de novela. A atriz sabe que isso é apenas uma parte de sua carreira e não vê o lançamento de um livro de poesias como algo para “se provar” ou algum tipo de “revanche”. “O livro foi uma coisa natural, não foi para rebater nada”, afirma. “Minha carreira está aí para quem quer acompanhar”, diz. E avisa que, muito em breve, quer apostar no teatro. Mas nem tudo são flores, e um certo pessimismo em relação à fama surge em Brilha, Brilha, Estrelinha.

Estrela

“A fama tanto pode trazer graça e poder quanto coisas negativas”, pondera. “É sobre essa reflexão, de eu não achar que toda estrela que vemos brilhando é feliz. Às vezes é o estar brilhando que pode causar um final ruim.”

São curiosas algumas frases ditas pela atriz durante a entrevista: “Tenho muita dificuldade de falar sobre a minha vida”. E também: “Fico supernervosa se alguém lê meu livro”. Sendo um jeito de se camuflar ou não, Isis faz questão de dizer que os poemas de Vermelho Rubro não têm sempre algo a ver com algo que viveu. “A poesia tem essa licença poética. Não é 100% um diário aberto sobre minha vida, sobre momentos específicos, descritos como aconteceram no livro.”

A atriz chama Vermelho Rubro de “recorte de suas humanidades”. “Os poetas passam, vão, e, quando você vê, já está envolta naquela poesia, naquele texto, se enxergando naquilo… É muito mais um espelho para você se olhar e reconhecer suas dores”, admite.

Com o livro, Isis quer que o público jovem também tome gosto pela leitura. No ano passado, a pesquisa Retratos da Leitura mostrou que mais da metade do Brasil não lê livros. “É como o treino de um músculo. Ler é como uma academia”, afirma. “Estou me colocando à disposição para a leitura novamente. Nunca parei, mas antes lia bem mais do que hoje. No ano passado, li uns seis livros. Foi uma evolução para mim.”

O vermelho do livro, no final, tem mais a ver com o amor do que com o sangue. “O que é o amor? Será que eu sei? Meu filho me trouxe muitas respostas. Realmente, o amor é uma coisa inominável, intensa, profunda e indescritível”, afirma Isis, que é mãe de Rael, de 6 anos, e se casou em dezembro com o empresário Marcos Buaiz.

“Os poetas passam, vão, e, quando você vê, já está envolta naquela poesia, naquele texto, se enxergando naquilo… É muito mais um espelho para você se olhar e reconhecer suas dores”

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