Domingo, 14 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 13 de setembro de 2025
A caçada de mais de 30 horas ao atirador que matou o ativista Charlie Kirk diante de uma multidão, na quarta-feira (10), terminou a mais de 400 quilômetros de distância do local do crime, em Utah. Tyler Robinson, de 22 anos, foi preso graças à denúncia de um amigo da família.
O anúncio da prisão foi o ápice de uma intensa busca que envolveu múltiplas agências e departamentos de polícia, que começou com o assassinato de Kirk, com um único tiro no pescoço, disparado de uma distância de cerca de 120 metros, na Universidade Utah Valley, em Orem.
Kirk dava uma palestra para alunos e apoiadores. Sua morte foi gravada por celulares em vários ângulos diferentes. As imagens correram as redes sociais, o que aumentou a dramaticidade do assassinato e a indignação dos americanos.
A operação policial confusa, envolvendo o FBI, incluiu a prisão de dois suspeitos, que foram interrogados e liberados por não ter nenhuma relação com o caso. O presidente americano, Donald Trump, que era amigo de Kirk, foi quem primeiro revelou a prisão do atirador.
Trump apareceu nos estúdios da Fox News para participar do programa Fox & Friends. “Com alto grau de certeza, nós o pegamos”, disse o presidente, que se vangloriou de estar dando um furo para os apresentadores Brian Kilmeade, Ainsley Earhardt e Lawrence Jones. “Sean deve estar morrendo de inveja”, afirmou, em referência ao âncora Sean Hannity, estrela da emissora.
Denúncia
A confirmação oficial, porém, foi dada momentos depois pelo governador de Utah, Spencer Cox. “Nós o pegamos”, disse, ao abrir a entrevista coletiva. Segundo ele, um parente de Robinson havia contatado um amigo da família, após o assassinato. Esse amigo fez a denúncia para o xerife local e disse aos policiais que o atirador havia insinuado ter cometido o crime.
Beau Mason, comissário de Segurança Pública de Utah, disse que Robinson se entregou pacificamente na delegacia da cidade de St. George. “Quando a polícia chegou, fez a prisão de forma pacífica”, disse Mason. “Ele cooperou e a família fez um ótimo trabalho ajudando-o a se render.”
Após interrogar um parente e um colega de quarto, os investigadores descobriram que Robinson havia criticado Kirk pouco antes do crime e teria enviado mensagens no aplicativo Discord sobre a necessidade de “recuperar um rifle em um determinado ponto na mata”. As acusações formais devem ser apresentadas na terça-feira, quando a promotoria decide se pedirá a pena de morte.
Os investigadores também esclareceram a questão das inscrições gravadas em cartuchos de munição encontrados com o rifle. As mensagens sugeriam familiaridade com o simbolismo antifascista e com as gírias irreverentes de memes da internet e comunidades de RPG. Nenhuma delas indicava um interesse em temas transgênero, contradizendo relatos divulgados por agências do governo.
Uma das munições continha a expressão Bella Ciao, canção popularizada como hino antifascista na Itália, após a 2ª Guerra, mas que recentemente se tornou mundialmente conhecida graças à sua inclusão na série da Netflix A Casa de Papel e em videogames, incluindo o jogo de tiro Far Cry 6.
A polícia disse que Robinson agiu sozinho. Os registros eleitorais de Utah indicam que ele não era filiado a nenhum partido e informam que ele não votou na eleição de novembro, a primeira e única desde que ele completou 18 anos. (Com informações do NYT)