Terça-feira, 24 de junho de 2025

A ciência descobriu que os exercícios físicos beneficiam o órgão mais inesperado do corpo: o cérebro

Há tempos se sabe que a prática regular de exercícios é fundamental para a saúde do coração e dos músculos. Mas um novo estudo revelou que seus benefícios vão muito além.

Pesquisadores da Universidade Rutgers-New Brunswick, nos Estados Unidos, descobriram que a atividade física melhora a sensibilidade à insulina no cérebro — um achado que pode ter implicações importantes na prevenção do Alzheimer e de outros tipos de demência.

De acordo com o estudo publicado na revista Aging Cell, apenas duas semanas de exercício já são suficientes para alterar proteínas responsáveis pela sinalização da insulina no cérebro e aumentar a produção de moléculas essenciais para o funcionamento dos neurônios em idosos com pré-diabetes. A descoberta reforça que a atividade física não só fortalece o corpo, como também desempenha um papel crucial na saúde cerebral.

A relação entre insulina e o cérebro

O cérebro precisa de insulina para funcionar corretamente. No entanto, pessoas com pré-diabetes ou diabetes costumam desenvolver resistência a esse hormônio, o que pode comprometer a memória e outras funções cognitivas. Segundo o Sci Tech Daily, o novo estudo mostrou que o exercício físico ativa células cerebrais responsáveis pela resposta à insulina e melhora como o cérebro utiliza a glicose — contribuindo para reduzir o risco de declínio cognitivo.

Para conduzir o estudo, os pesquisadores analisaram vesículas extracelulares neuronais — pequenas estruturas liberadas pelo cérebro que transportam proteínas essenciais para a sinalização da insulina. Antes consideradas pouco relevantes, essas vesículas agora se mostram fundamentais para a comunicação entre as células cerebrais.

Em um dos experimentos, os cientistas observaram que, após apenas duas semanas de exercícios moderados a intensos, os participantes apresentaram um aumento nas proteínas associadas à sensibilidade à insulina presentes nessas vesículas neuronais. Isso indica que a atividade física pode ajudar a neutralizar os efeitos negativos do envelhecimento sobre o cérebro.

Duas semanas de exercício podem melhorar a função cerebral em pessoas com pré-diabetes

O estudo também envolveu 21 idosos com pré-diabetes, que participaram de 12 sessões de exercício com duração de uma hora, ao longo de duas semanas. Antes e depois de cada sessão, amostras de sangue foram coletadas para analisar como o cérebro deles respondia à insulina.

Os resultados evidenciaram que, após o exercício, houve um aumento no número de vesículas neuronais com proteínas responsáveis pela sinalização da insulina. Também foi registrada uma melhora na sensibilidade à insulina e uma redução nos níveis de glicose no sangue. Segundo o site Psiquiatría.com, esses dados são especialmente relevantes, já que a resistência à insulina no cérebro está associada a um risco maior de desenvolver Alzheimer.

“Acreditamos que este trabalho é importante porque sugere que o exercício pode contribuir para melhorar a cognição e a memória, ao fortalecer a ação da insulina no cérebro”, destacou Steven Malin, autor principal do estudo.

As descobertas desse estudo somam-se ao número crescente de evidências de que o exercício físico pode ser uma ferramenta poderosa no combate à demência. Uma outra pesquisa, conduzida pelo Alzheimer’s Research UK, também indicou que a prática regular de atividade física ao longo da vida pode ajudar a proteger contra o declínio cognitivo — isso porque pessoas ativas tendem a ter o hipocampo mais desenvolvido, região do cérebro ligada à memória.

Além disso, os pesquisadores sugerem que o exercício pode beneficiar até mesmo quem já apresenta sinais iniciais de Alzheimer. De acordo com o University College London, a atividade física parece desacelerar o avanço da doença ao melhorar a capacidade do cérebro de se adaptar às mudanças causadas pela degeneração.

Embora ainda sejam necessários mais estudos para confirmar como o exercício pode ser usado como estratégia terapêutica, especialistas concordam que se manter fisicamente ativo é uma das melhores formas de proteger o cérebro a longo prazo.

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