Segunda-feira, 20 de outubro de 2025

A Companhia Nacional de Abastecimento é alvo de disputa entre dois ministros. O gaúcho Edegar Pretto continua no páreo

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSDMT), pediu ao chefe da Casa Civil, Rui Costa, e ao vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), que o governo não transfira a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

A mudança é um pleito de movimentos sociais ligados ao PT, como o MST, e era tratada como certa pelo ministro do MDA, Paulo Teixeira (PT-SP). Na visão de aliados de Fávaro, o MDA não tem experiência na gestão de estoques reguladores e na política de preços mínimos de insumos agrários. Desde a sua criação, em 1990, a Conab só ficou fora da pasta da Agricultura por seis meses, no governo Collor, e acabou voltando após uma avalanche de queixas de produtores rurais.

Uma das saídas para evitar o conflito entre as pastas é transformar a Conab em uma “agência” de produção de informações para o campo, de gestão compartilhada pelos dois ministérios. A palavra final será de Lula, que avalia se cede à base eleitoral ou se faz aceno a ruralistas.

Havia a expectativa de que Paulo Teixeira anunciasse o comando da Conab nesta semana – um dos cotados é Edegar Pretto (PT-RS). Mas Teixeira adiou a decisão para se inteirar mais sobre o assunto. Durante a transição, ele se preparou para assumir a pasta da Comunicação e soube que ficaria com o MDA na semana anterior à posse. A pasta era prometida a Reginaldo Lopes (PT-MG).

Nos últimos dias, o nome de Pretto ganhou força a partir da articulação de colegas de partido no Rio Grande do Sul – entre eles o ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta – e de deputados federais e estaduais.

Candidato ao governo do Rio Grande do Sul na última eleição, Pretto ficou a poucos votos de disputar o segundo turno e teve o desempenho elogiado pela cúpula petista. Uma ala do partido sugeriu seu nome para assumir o MDA, mas a necessidade de contemplar outros partidos na Esplanada inviabilizou a indicação.

Teixeira ainda discute a definição dos nomes para o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e para a Anater (Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural).

No Incra, os mais cotados são o ex-deputado Zé Geraldo (PT-PA) e Carlos Frederico Mares, ex-juiz do Paraná.

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