Sexta-feira, 04 de julho de 2025

A crise com o Congresso acentuou no Palácio do Planalto a percepção de que a campanha eleitoral do ano que vem está já colocada

A crise com o Congresso, agravada nesta semana após o governo recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para restabelecer o decreto que aumenta o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), acentuou no Palácio do Planalto a percepção de que a campanha eleitoral do ano que vem está já colocada.

A investida orquestrada nas redes e nos discursos sob o mote da “justiça tributária” será reforçada – enquanto o governo enfrenta um cenário de perda crescente e constante de popularidade da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo pesquisas.

Ao participar, em Salvador, das festividades do 2 de Julho, Dia da Independência da Bahia, Lula exibiu um cartaz que pedia a “Taxação dos super ricos!”. O petista compartilhou foto do ato em suas redes sociais. Na imagem, ele aparece ao lado da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues.

O governo vai dobrar a aposta e fazer uma nova disputa política com aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, antecipando o tom da campanha de 2026. Depois de ressuscitar o “nós contra eles”, a equipe de Lula prepara agora uma estratégia para atingir também a classe média. A ideia é tentar mostrar que os mais ricos estão isolados porque, pelos cálculos do Planalto, 99% da população defende “justiça tributária” e apenas 1% é contra.

Lula será o “motor” do conceito de que, para manter as contas públicas equilibradas, o governo vai taxar “quem sempre pagou pouco ou quase nada”. Todos os ministros foram orientados a bater na mesma tecla, sem se importar com o impacto do enfrentamento com o Congresso.

“Sei que existe uma disputa ideológica no País, mas vamos para os resultados. Vamos falar português para as pessoas”, disse anteontem o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao participar da cerimônia de lançamento do Plano Safra Empresarial, no Planalto. “São patriotas que pensam que, quando a economia está indo bem, o País está mal?”, provocou ele. (Com informações do Estado de S. Paulo)

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