Quinta-feira, 05 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 24 de fevereiro de 2024
De todos os bolsonaristas investigados no STF por envolvimento na trama golpista que prenderia ministros da Corte e impediria a posse de Lula no ano passado, o general Augusto Heleno é, segundo investigadores, um dos mais enrolados na trama.
No relatório da Polícia Federal enviado a Alexandre de Moraes, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) é apontado como chefe do “Núcleo de Inteligência Paralela” do plano golpista.
Heleno, segundo os investigadores, atuava em parceria com Mauro Cid e Marcelo Câmara, os ex-auxiliares de Bolsonaro “na coleta de dados e informações que pudessem auxiliar a tomada de decisões do então presidente da República Jair Bolsoanro na consumação do Golpe de Estado”.
É atribuído ao núcleo de Heleno, por exemplo, o “monitoramento do itinerário, deslocamento e localização do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e de possíveis outras autoridades da República com objetivo de captura e detenção quando da assinatura do decreto de Golpe de Estado”.
Abin paralela
A fala do general Augusto Heleno na reunião ministerial de 5 de julho sobre infiltrados na Abin reforça a investigação da Abin Paralela que apura se agência, entre outras ilegalidades, espionou adversários de Jair Bolsonaro durante o período em que o ex-presidente esteve no comando do País.
O então ministro do Gabinete de Segurança Institucional afirmou na ocasião que pretendia infiltrar agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nas campanhas de Jair Bolsonaro (à reeleição) e de seu principal adversário, o hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Dois pontos para tocar aqui, presidente. Primeiro, o problema da inteligência. Eu já conversei ontem com o Victor [Felismino Carneiro], novo diretor da Abin, nós vamos montar um esquema para acompanhar o que os dois lados vão fazer”, declara Heleno.
Para os investigadores, a fala do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) demonstra que ele seria destinatário de informações enviesadas e ilegais produzidas pela Abin, sendo conivente e apoiando atuações clandestinas.
Sem VAR
Na reunião, Heleno tratou ainda da necessidade de que o governo agisse antes mesmo das eleições para evitar um revés na votação.
“O segundo ponto é que não tem VAR nas eleições. Não vai ter segunda chamada na eleição, não vai ter revisão do VAR. Então, o que tiver que ser feito tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa, é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa, é antes das eleições. Depois das eleições, será muito difícil que tenhamos alguma nova perspectiva”, diz Heleno.