Quinta-feira, 05 de dezembro de 2024

A delicada situação do general Heleno nas investigações da Polícia Federal

De todos os bolsonaristas investigados no STF por envolvimento na trama golpista que prenderia ministros da Corte e impediria a posse de Lula no ano passado, o general Augusto Heleno é, segundo investigadores, um dos mais enrolados na trama.

No relatório da Polícia Federal enviado a Alexandre de Moraes, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) é apontado como chefe do “Núcleo de Inteligência Paralela” do plano golpista.

Heleno, segundo os investigadores, atuava em parceria com Mauro Cid e Marcelo Câmara, os ex-auxiliares de Bolsonaro “na coleta de dados e informações que pudessem auxiliar a tomada de decisões do então presidente da República Jair Bolsoanro na consumação do Golpe de Estado”.

É atribuído ao núcleo de Heleno, por exemplo, o “monitoramento do itinerário, deslocamento e localização do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e de possíveis outras autoridades da República com objetivo de captura e detenção quando da assinatura do decreto de Golpe de Estado”.

Abin paralela

A fala do general Augusto Heleno na reunião ministerial de 5 de julho sobre infiltrados na Abin reforça a investigação da Abin Paralela que apura se agência, entre outras ilegalidades, espionou adversários de Jair Bolsonaro durante o período em que o ex-presidente esteve no comando do País.

O então ministro do Gabinete de Segurança Institucional afirmou na ocasião que pretendia infiltrar agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nas campanhas de Jair Bolsonaro (à reeleição) e de seu principal adversário, o hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Dois pontos para tocar aqui, presidente. Primeiro, o problema da inteligência. Eu já conversei ontem com o Victor [Felismino Carneiro], novo diretor da Abin, nós vamos montar um esquema para acompanhar o que os dois lados vão fazer”, declara Heleno.

Para os investigadores, a fala do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) demonstra que ele seria destinatário de informações enviesadas e ilegais produzidas pela Abin, sendo conivente e apoiando atuações clandestinas.

Sem VAR

Na reunião, Heleno tratou ainda da necessidade de que o governo agisse antes mesmo das eleições para evitar um revés na votação.

“O segundo ponto é que não tem VAR nas eleições. Não vai ter segunda chamada na eleição, não vai ter revisão do VAR. Então, o que tiver que ser feito tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa, é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa, é antes das eleições. Depois das eleições, será muito difícil que tenhamos alguma nova perspectiva”, diz Heleno.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de em foco

Corte de salário do general Braga Netto expõe tensão no partido de Bolsonaro
Condenado pela morte da filha, Alexandre Nardoni pode sair da cadeia em abril
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play