Sexta-feira, 04 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 3 de julho de 2025
Ex-assessor de Jair Bolsonaro, o advogado Fábio Wajngarten afirmou na quarta-feira (2) que a direita precisa fazer um “mea culpa” sobre o 8 de Janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente invadiram e depredaram sedes dos Três Poderes. Para o ex-secretário especial de Comunicação Social do governo Bolsonaro, os atos não foram uma tentativa de golpe de Estado, mas ele defende que a direita seja enfática ao condenar quem destruiu patrimônio público.
“É bem verdade que a direita precisa passar por momentos de reflexão, precisa fazer mea culpa sobre 8 de Janeiro. A gente não tem que ter meias palavras para criticar quem invadiu, quem depredou e quem entrou sem autorização”, afirmou Wajngarten em entrevista à CNN Brasil.
Aliado próximo do ex-presidente, o advogado não é réu na ação em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre tentativa de golpe. Na última terça-feira (1º) ele foi chamado para depor na Polícia Federal no inquérito que investiga se houve tentativas de contatos indevidos com o tenente-coronel Mauro Cid para tratar sobre o acordo de delação do militar – o que Wajngarten nega ter ocorrido.
Na entrevista à emissora, o ex-assessor disse que pessoas acusadas de envolvimento nos ataques aos prédios tenham um julgamento “justo e individualizado”. Ele criticou penas recentes aplicadas pelo STF a réus, a exemplo de Débora Rodrigues dos Santos, que ficou conhecida ao ser flagrada escrevendo “perdeu, mané” com um batom na estátua da Justiça – ela foi condenada por cinco crimes, entre eles tentativa de golpe e abolição violenta do Estado democrático de Direito.
No depoimento ao STF, mês passado, Bolsonaro negou ter incentivado os atos do 8 de Janeiro a atribuiu a “malucos” os pedidos de intervenção militar para tirar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva do Palácio do Planalto. Wajngarten falou sobre a necessidade de a direita rever seu posicionamento sobre o episódio ao ser questionado sobre o cenário eleitoral de 2026. O ex-assessor disse que Jair Bolsonaro deve ser o candidato da direita. O ex-presidente está inelegível até 2030 e é réu na ação sobre tentativa de golpe.
Para Wajngarten, a ausência de Bolsonaro nas urnas tornará as eleições “não democráticas”. Caso o ex-presidente fique de fora, Wajngarten disse defender a formação de uma “chapa pura”. “O bolsonarismo tem que ditar as regras. Não pode ser capturado porque não carrega de fato as mesmas bandeiras”, afirmou, sem citar nomes. (Com informações do Valor Econômico)