Quinta-feira, 12 de junho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 11 de junho de 2025
“A Insustentável Leveza do Ser” é o título de um livro (ótimo, por sinal) que narra os amores e desamores de três pessoas, abordando de maneira sutil, filosófica e inteligente.
O livro traz um retrato sarcástico da condição humana enquanto critica a situação política no país natal do autor. Ele convida à reflexão sobre dois conceitos opostos: o peso de Nietzsche e a leveza do filósofo grego Parmênides, que defendia que a realidade percebida pelos sentidos era ilusória e que a verdadeira realidade é imutável e eterna.
Por que somos tão complicados?
Somos tão frágeis, mas só nos damos conta disso quando nossas fraquezas ficam expostas. Seja por uma fatalidade do destino, ou mesmo quando ficamos doentes e percebemos a real fragilidade de nosso ser.
Nesses momentos de dor e incapacidade, percebemos nossa pequenez diante de um universo tão vasto.
Percebo hoje que a verdadeira riqueza de um homem está dentro dele mesmo. Buscamos por coisas e experiências que muitas vezes estão além de nossas condições físicas ou financeiras. Mas por que essa busca incessante?
O que realmente nos faz falta? Amor, prazer, diversão, religião? Talvez tudo, ou quem sabe nada disso…
Se você acredita que lhe falta Deus, busque por Ele, mas busque de verdade, e tenha disciplina e fé.
Se crê que é outra coisa, então lute por ela. Independentemente de você acreditar ou não. É preciso que você corra atrás. Não cruze os braços, não perca seu tempo filosofando ou reclamando de como a vida é dura ou injusta.
Toda minha bagagem e experiência adquirida ao longo dos anos fez-me acreditar estar pronto e maduro para entender praticamente tudo.
Mas, quando paro para refletir, achando que estou preparado, percebo que não estou. Como dizia Sócrates: “Só sei que nada sei”…
Às vezes, sou incapaz de perceber algo tão simples como a maldade humana. Essa maldade está em todos nós. Nossa missão é aprender a controlá-la.
Aprenda, mesmo com a estupidez e a ignorância de outras pessoas
Existem pessoas muito ignorantes, mas que são igualmente dotadas da presunção do saber, verdadeiros boçais.
Todos nós já enfrentamos ou nos obrigamos a falar com um boçal de vez em quando, seja na família, no ambiente de trabalho ou redes sociais.
No entanto, é no decorrer do aprendizado de nossas vidas que devemos estar cientes de que aquele boçal, ignorante, pode ter sido nós mesmos em algum outro momento de nossas vidas. Ninguém nasce sabendo…
É fácil criticar, mas difícil mesmo é admitir que já cometemos os mesmos erros que outrem. Muitos seres ignóbeis pairam sobre a Terra. Mas o pior tipo são aqueles que ficam escondidos, sorrateiros, fingindo serem seus amigos.
Não devemos ficar compartilhando nossas alegrias ou intimidades sem saber quais são as intenções da outra pessoa. É triste, mas às vezes você é mais respeitado por sua arrogância do que por sua simplicidade.
Isso serve para todos nós, que devemos tentar aprender como lidar com todos os tipos de pessoas e situações adversas, às quais somos expostos diariamente.
Você pode chegar com um sorriso e ser surpreendido por uma careta carrancuda, mas precisa se mostrar forte espiritualmente para não se deixar abalar por isso.
Viver é um eterno aprendizado
Nesse processo, somos desafiados a discernir o que realmente importa. A vida nos ensina que não podemos controlar as ações dos outros, mas podemos escolher como reagir a elas.
A frase “você não é o que você sente, você é como reage ao que você sente”, do filósofo grego Epicteto, encaixa-se muito bem neste contexto, enfatizando a importância da nossa resposta às circunstâncias e não das circunstâncias em si. Devemos cultivar um olhar mais atento para nós mesmos e para o próximo.
É fácil se deixar levar pela superficialidade das interações e pela maldade alheia, mas o verdadeiro desafio é buscar o entendimento e a empatia, mesmo quando isso parece difícil diante da ignorância alheia.
Ao invés de nos deixarmos consumir pela negatividade que alguns nos impõem, que tal usarmos essas experiências como combustível para nosso crescimento?
Que possamos ser luz em meio à escuridão e que a nossa leveza não venha da ignorância ou da indiferença, mas sim da consciência de nossas escolhas e do amor que decidimos compartilhar entre nós semelhantes.
* Fábio L. Borges, jornalista e cronista gaúcho