Segunda-feira, 17 de novembro de 2025

A inveja

Esse texto não é sobre mim, mas sobre todas as pessoas que em algum momento de suas vidas foram vítimas da inveja…

A inveja só existe por três motivos, ao contrário do que muitos pensam, ela é ativada quando alguém, por mais que negue esse fato, te admira, quer ter o que você tem ou ser como você é. Afinal, o talento sempre irritou os medianos…

Há aqueles que pensam que construir uma imagem é fácil. Que deixar um legado é simplesmente publicar um texto, gravar um programa ou aparecer em alguma tela. Mas quem vive na arena, quem cria, quem arrisca, muitas vezes se expondo, sabe como cada pedaço da própria história foi talhado com paciência, suor, noites insones, quedas e recomeços.

Nada nasce pronto, ninguém cai de paraquedas, nada vem embalado. Antes de existir aplauso, existe sacrifício, sangue, suor e lágrimas. Antes de existir reputação, existe caminhada.

E é justamente no meio dessa caminhada que surgem eles: os espectadores ressentidos. Aquelas figuras que não constroem, não criam, não arriscam, mas opinam com a coragem de quem nunca produziu nada, ou, então, não se conformam com o sucesso alheio.

São eles os parasitas emocionais do nosso tempo. Os párias do mérito, os larápios da autenticidade. Incapazes de compreender a profundidade que não dominam, atacam aquilo que não conseguem alcançar. É nessa hora que aparecem os especialistas em fracassar.

O vendedor que nunca bate meta, mas jura que “tu tens sorte”. O colega da linha de produção que faz metade do que tu fazes, mas tem o dobro de desculpas.

O sujeito que te chama de “puxa-saco do chefe” só porque tu entregas mais, produz mais e acredita que trabalhar bem é plantar o seu próprio futuro, e não bajular o presente.

E o pior tipo: aquele que nunca ousou criar nada, mas se sente confortável para depreciar quem ousou. Como dizia Marco Aurélio, “a melhor vingança é não ser igual ao agressor”.

E é por isso que, mesmo quando a inveja vem disfarçada de crítica, ironia, deboche ou brincadeira de mau gosto, é apenas o diagnóstico de quem não entende o óbvio.

Você segue… Sente o impacto, mas absorve, respira e continua, além das críticas e maledicências. Porque talento não se mede pela voz de quem não produz; mede-se pelo caminho de quem permanece.

A inveja tem uma propriedade quase física: ela tenta tirar você do eixo.
Mas não te tira do rumo, porque quem tem talento, foco, continua….

Quem tem propósito avança. E quem trabalha de verdade sempre deixa para trás aqueles que só sabem comentar o trabalho alheio. A verdade é simples, ainda que muitos finjam não entender.

E isso é factual, quem critica sua arte jamais fará melhor do que você. No fim das contas, a grande beleza da humanidade está justamente na diferença – “vive la différence”, diriam os franceses.

Não fomos feitos para sermos iguais. Uns são mais inteligentes. Outros mais sensíveis. Outros mais fortes. Outros mais sagazes. É essa diversidade que faz a humanidade evoluir.

E é essa mesma diversidade que incomoda os inseguros, porque ao enxergarem o brilho alheio, descobrem o próprio vazio.

Não baixe a cabeça, não desista por causa da boca dos outros, abrace o talento que Deus te deu e siga em frente.

Para concluir

A inveja é uma “M” sim, mas só atinge quem vive olhando para o lado ou para baixo. Quem olha para cima e para frente, ignora, constrói e evolui.

* Fabio L. Borges, jornalista e cronista gaúcho

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