Sábado, 25 de janeiro de 2025

A nova briga entre os irmãos Ciro e Cid Gomes que foi parar na Justiça

Uma disputa interna envolvendo a próxima eleição do diretório cearense do PDT é o mais novo impasse entre os irmãos Cid e Ciro Gomes, que, durante anos, centralizaram o poder no Estado, mas se distanciaram desde o pleito de 2022. Na semana passada, a direção nacional, ligada ao ex-presidenciável Ciro, dissolveu a executiva estadual, que estava sob o comando do senador Cid. A 28ª Vara Cível do Ceará concedeu liminar ao grupo do parlamentar, revertendo a decisão.

Comandado pelo deputado federal André Figueiredo, o diretório nacional acionou o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE) para destituir todos os integrantes da diretoria local. O argumento da ala de Ciro é que os membros foram eleitos em 5 de outubro de 2019 para um mandato de dois anos, posteriormente prorrogado por mais um biênio. O prazo, portanto, teria terminado, mas o grupo de Cid cita um acordo feito com Figueiredo para que permanecessem até 31 de dezembro. O novo pleito, segundo eles, já estava marcado para o próximo dia 16 e os novos representantes assumiriam no ano que vem.

Neste contexto, o grupo de Cid entrou com uma ação para anular a decisão. Na petição inicial, o grupo alega que foi surpreendido por uma decisão arbitrária. Nos bastidores, o receio é de que o impasse diminua a força do partido, que vem passando por reduções de quadro nas últimas eleições.

Embates

Ciro vem protagonizando embates com o irmão desde o ano passado, quando se recusou a apoiar, no segundo turno, a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência. No cenário local, eles também ficaram em lados opostos, uma vez que Ciro foi contra uma aliança com o PT cearense. Já Cid, além de se opor a esse posicionamento, declarou apoio ao petista Camilo Santana ao Senado . Eleito, Santana se licenciou do cargo para ocupar o ministério da Educação de Lula.

Na atual queda de braço, além de Cid, 17 deputados pedetistas do Estado subscreveram a ação contra o grupo de Ciro. Em seu terceiro mandato na Câmara dos Deputados, Leônidas Cristino afirmou que o diretório nacional costurou “uma decisão unilateral que tem o propósito de anular o debate e fazer a vontade de poucos”. Já o deputado estadual Antônio Granja considerou o episódio um “desrespeito” com Cid Gomes.

“É extremamente lamentável testemunhar a falta de consideração (com Cid). O que presenciamos é mais uma vez a demonstração de desrespeito aos membros e suas opiniões.”

Além da retomada do diretório estadual e dos cargos até 31 de dezembro, Cid e seu grupo solicitam a manutenção da sessão em que ocorreria as novas eleições.

Atualmente, um possível alinhamento ao PT segue sendo motivo de disputas entre os dois grupos: o senador defende que a sigla seja base do governador petista Elmano de Freitas, enquanto o ex-presidenciável, oposição.

O pleito em Fortaleza no ano que vem também representa um ponto de dissonância entre voltar a compor com o PT, com quem o PDT se aliou por mais de 20 anos, ou montar uma chapa puro-sangue. O atual prefeito, José Sarto, é do PDT, mas não agrada ao grupo de Cid. Essa ala do partido liberou recentemente o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, para se desfiliar da sigla e concorrer contra seu correligionário.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de em foco

Rumores de fala do presidente do Banco Central sobre o ritmo de corte da taxa Selic impulsionam juros futuros no Brasil
Aborto e união de 3 pessoas: comissão da Câmara dos Deputados vira linha de frente da pauta de costumes
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play