Terça-feira, 05 de agosto de 2025

A reação de aliados com a decretação de prisão domiciliar de Bolsonaro

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) provocou reações imediatas entre seus aliados. O mandado foi expedido na noite desta segunda-feira, com a justificativa de que Bolsonaro descumpriu medidas cautelares impostas no inquérito que investiga seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por articular sanções contra autoridades brasileiras nos Estados Unidos.

Parlamentares e dirigentes de partidos bolsonaristas criticaram a medida, alegando que o ex-presidente foi alvo de uma prisão “sem julgamento” e antes da conclusão do processo que apura sua participação na chamada trama do golpe, cuja ação será julgada em setembro.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou estar “inconformado”:

— Estou inconformado. O que mais posso dizer? — declarou.

No Congresso, a reação foi liderada pelo líder do partido na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ):

— Hoje a história registrou: acabou a democracia no Brasil. Eleição sem Bolsonaro é golpe — afirmou, classificando a prisão como “sem julgamento e sem defesa”.

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), o mais votado do país em 2022, também criticou a justificativa para a prisão:

— Corrupção? Rachadinha? Não. Seus filhos postaram conteúdo dele nas redes sociais — escreveu em suas redes sociais, referindo-se ao suposto descumprimento das medidas cautelares.

A senadora Damares Alves, ex-ministra dos Direitos Humanos, classificou a decisão como “arbitrária”:

— Não há respeito ao devido processo legal. Nosso arcabouço jurídico tem sido gravemente violado — afirmou.

O vice-líder do PL, deputado Domingos Sávio (MG), chamou a prisão domiciliar de “grave” e destacou que a decisão de Moraes, que proibiu Bolsonaro de receber visitas e usar celular, equivale, na prática, a uma prisão integral.

— A decisão é grave. Por uma decisão monocrática, um ex-presidente é preso antes de ser condenado. É algo inédito, e o Congresso Nacional precisa reagir para coibir os excessos do Supremo Tribunal Federal — declarou.

Ele informou que o partido realizará uma reunião na manhã desta terça-feira para discutir o assunto e planeja pressionar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar um projeto de anistia.

O senador Carlos Portinho (PL-RJ) afirmou que o impeachment de Moraes é a única saída:

— Democracia não é isso! Vamos reunir as cinco assinaturas necessárias para o pedido de impeachment, que nos dará a maioria. É necessário! É urgente! — disse.

O presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PI), ex-ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro, classificou o dia como “difícil para muitos brasileiros”:

— A prisão domiciliar do ex-presidente, antes mesmo de um julgamento, é um fato jurídico que ninguém pode aceitar — afirmou.

Em entrevista, o vice-presidente da Câmara e único integrante do PL na Mesa Diretora, Altineu Cortes, lamentou a decisão:

— Lamento a decisão, é um dia triste para o Brasil. Nos resta acreditar que a Justiça vai prevalecer — declarou.

A líder da minoria na Câmara, Caroline de Toni, afirmou que a direita no Congresso vai reagir para “conter o abuso e defender a democracia”.

Segundo Moraes, Bolsonaro teria mantido influência política e digital por meio de aliados e familiares, especialmente seus filhos parlamentares, usando perfis de terceiros para divulgar mensagens que desafiavam as instituições democráticas, violando a proibição de uso de redes sociais e de contato com outros investigados.

Diante do que classificou como reiteração das condutas e tentativa deliberada de burlar as restrições, Moraes substituiu as medidas anteriores pela prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, proibição de visitas (exceto advogados e familiares próximos), entrega do passaporte e apreensão de aparelhos eletrônicos. As informações são do portal O Globo.

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