Quinta-feira, 06 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 9 de setembro de 2023
A União Africana se tornou membro permanente do G20, que compreende os países mais ricos e poderosos do mundo. Composto por 55 Estados-membros, o bloco tem agora o mesmo estatuto que a União Europeia, o único bloco regional com membros de pleno direito. O anúncio foi feito neste sábado (9) pelo primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, na abertura da cúpula de líderes em Nova Délhi.
Outras questões a serem decididas na cúpula incluem mais empréstimos às nações em desenvolvimento por parte de instituições multilaterais, a reforma da dívida internacional, as regulamentações sobre as criptomoedas e o impacto da geopolítica na segurança alimentar e energética.
A União Africana foi lançada em 2022, substituindo a Organização para Unidade da África, e reúne 55 países do continente africano. Agora, além da União Europeia, haverá outro bloco regional, da África, presente nas reuniões do grupo.
Os demais membros são África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia.
Apoio da UE
Em seu discurso, Modi enfatizou que o G20 enfrenta uma crise de confiança. Disse que a abordagem deve ter como foco o ser humano.
“Estão exigindo novas soluções para nós. E, portanto, é com uma abordagem centrada no ser humano que devemos cumprir cada uma das nossas responsabilidades e seguir em frente, amigos. Essa organização está com uma crise de confiança”.
Após o fim de seu discurso de introdução, o premiê convidou o presidente da UA, Azali Assoumani, também mandatário de Comores, para assumir seu lugar entre os Estados-membros.
Assoumani se sentou entre os líderes, enquanto um funcionário colocava na mesa a placa com o nome da União Africana e a bandeira da organização, que se junta a 19 países e à União Europeia no G20.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que a UE foi uma “apoiadora convicta dessa iniciativa” e a defendeu “desde o início”, enquanto a premiê da Itália, Giorgia Meloni, declarou estar “firmemente convicta” de que a adesão da UA é “estratégica para reforçar a capacidade de enfrentar os desafios globais, começando dos ambientais e energéticos”.
Voz e visibilidade
Para o presidente do Quênia, William Ruto, a entrada da União Africana no G20 “dará voz e visibilidade aos interesses e perspectivas africanas nesse importante órgão”, declarou o líder neste sábado.
“Com a África pronta para crescer nos próximos anos, um assento permitirá que ela molde as decisões do G20 para garantir que os interesses do continente sejam promovidos”, afirmou Ruto. “O resultado da recém-concluída Cúpula do Clima da África, incluindo reformas fundamentais das instituições financeiras internacionais e dos bancos multilaterais de desenvolvimento, é uma das coisas que a União Africana promoverá”, concluiu.