Quinta-feira, 03 de outubro de 2024

A versão de Braga Netto sobre a reunião em que Bolsonaro discutiu o golpe

Ex-ministro do governo Bolsonaro e candidato a vice em sua chapa nas eleições do ano passado, o general da reserva Walter Braga Netto disse que não participou da reunião detalhada por Mauro Cid em sua delação premiada.

“Não estava (presente). Evitava comparecer a essas reuniões para não causar constrangimentos. Eu já estava na reserva” afirmou Braga Netto.

O ex-ministro foi perguntado se participou da conversa na qual Jair Bolsonaro discutiu uma minuta golpista com comandantes das Forças Armadas.

O encontro foi relatado pelo tenente-coronel Mauro Cid, em seu acordo de delação firmado com a Polícia Federal e homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro estava preso desde 3 de maio por uma investigação que apura a inclusão de dados falsos em cartões de vacina. Cid é alvo de outros inquéritos, que apuram a venda e o transporte ilegal de joias dadas ao governo brasileiro e suposto envolvimento em conversas sobre um golpe de Estado.

Em 9 de setembro, o ministro do Supremo Alexandre de Moraes concedeu liberdade ao tenente-coronel e homologou o acordo de delação premiada firmado com a Polícia Federal.

Cid teria informado que a minuta foi entregue a Bolsonaro pelo ex-assessor Felipe Martins. O plano de golpe de Estado, conforme o ex-ajudante de ordens, teria sido apoiado pelo então comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier. A proposta não recebeu suporte dos chefes da Aeronáutica e do Exército.

Braga Netto informou que, após a derrota de Bolsonaro nas urnas, suas idas frequentes ao Palácio da Alvorada se deram devido à infecção na perna que o ex-presidente teve.

O general foi autor de uma frase enigmática que viralizou após a derrota de Bolsonaro, acendendo os ânimos dos radicais.

Em novembro, depois de visitar o então presidente no Palácio da Alvorada, Braga Netto conversou com apoiadores que estavam no local e disse:

“Não percam a fé, é só o que eu posso falar para vocês agora”, disse.

A frase foi gravada e compartilhada pela base do ex-presidente que fazia apelos golpistas para impedir a posse de Lula.

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro desmarcou a oitiva do general Braga Netto nesta quinta-feira (28). Ele era aguardado para depor na próxima terça-feira (5). O militar é uma figura de interesse dos parlamentares governistas, especialmente após a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid alegar que Bolsonaro teria se reunido com a cúpula das Forças Armadas para propor uma intervenção militar que impedisse Lula de assumir a Presidência.

 

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