Domingo, 06 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 6 de julho de 2025
A agenda woke morreu. Não ê sobre isso que quero falar, mas é verdade, então vamos lá! E o melhor: não foi assassinada por discursos conservadores, tampouco por ondas reacionárias. Morreu porque se contradisse, perdeu o senso, exauriu-se em seu próprio exagero. E, com o colapso da narrativa que tentou anular toda e qualquer diferença — inclusive as mais belas —, vemos ressurgir, com vigor, aquilo que sempre sustentou a civilização: a família. E é sobre isso, isso sim!, que quero falar: o retorno do homem.
Sim. O homem retorna. Ainda bem! Nós mulheres não aguentamos mais a carga silenciosa de cumular as atribuições femininas, fingindo, também, que podemos dar conta do que não é, e não deve ser, nossa função. O feminismo nos libertou, mas, também, nos entregou um fardo. E o peso que veio com ele é pesado demais. Ser mulher sempre foi difícil. Nas últimas décadas, tornou-se, também, desgastante.
Vejo, porém, um movimento de revalorização do masculino acontecendo, relembrando ao homem o que o homem deve ser – sempre, claro, de acordo com as peculiaridades individuais de cada ser. E, nessa esteira, a volta da família.
Não falo aqui de moralismos, nem de tradições vazias. Falo da retomada do valor que existe em dois seres humanos que se unem, não para competir, mas para se complementar. Homens e mulheres, com suas habilidades distintas, quando bem alinhados, são forças imbatíveis. O casal — esse núcleo poderoso que andou sendo ridicularizado como “estrutura opressora” — voltou a ser admirado. E não por acaso: estamos redescobrindo que é justamente nele que nascem as bases mais sólidas da sociedade.
Família é escola de caráter. É onde se aprende a lidar com limites, responsabilidades e afetos. E isso não é só uma visão romântica. A ciência comprova: crianças que crescem em famílias estáveis, com presença afetiva e modelos parentais bem definidos, apresentam níveis mais altos de saúde emocional, desempenho escolar e estabilidade social. Estudo após estudo, como os conduzidos pela Harvard University e pela Child Trends, mostram que filhos de famílias estruturadas têm maior probabilidade de serem adultos felizes, produtivos e resilientes.
E, sim, a formação familiar pode, hoje, ter inúmeras composições — e todas mereçam respeito e dignidade. Eu acredito no amor, afinal. Porém, a família tradicional, formada por um homem e uma mulher, permanece como referência simbólica e estrutural por razões que são naturais, biológicas e históricas. Não é ideologia. É realidade.
E antes que venham os tribunais das redes sociais: sim, eu sou a favor da independência feminina. Aliás, a minha vida é prova disso. Sou uma mulher livre, que construiu sua carreira, que empreende, que lidera. E que ama ser mulher. Com todas as dores e delícias que isso inclui. Não quero ser homem. Não quero disputar com homem. Quero o meu espaço, na minha natureza. Quero continuar feminina, sensível, intuitiva, poderosa — justamente porque sou mulher.
Aqui está a chave: está na hora de termos orgulho de sermos quem somos. De aceitar, com lucidez, que homens e mulheres são diferentes, sim — e que isso não é um problema, é uma solução. A complementaridade é uma das maiores riquezas da experiência humana. E trago provas, ok? Há base científica para isso. Homens e mulheres são diferentes biológica e neurologicamente. Estudos de neuroimagem, como os conduzidos pela University of Pennsylvania, demonstram que os cérebros femininos apresentam maior conectividade entre os hemisférios, o que favorece habilidades multitarefa e empatia, enquanto os masculinos têm mais conexões dentro de cada hemisfério, o que contribui para foco, orientação espacial e tomada de decisão rápida. Ou seja: somos diferentes — mas perfeitamente complementares.
Indo mais além, eu tenho a sorte de ter ao meu lado um baita homem. Que é masculino — e às vezes um pouco chato com essas suas “masculinidades”. Mas que protege, provê, ampara. E não, isso não me diminui em nada. Pelo contrário, me eleva.
Vai ter mulher gritando contra isso? Vai. Mas eu grito de volta com outra coisa: gratidão. Porque os bons homens existem. São muitos. Estão por aí, muitas vezes perdidos em um mundo que os mandou calar, sentir vergonha de serem o que são. Eles não são nossos inimigos. São nossos aliados.
O novo mundo será construído por famílias fortes. Não por indivíduos isolados, ressentidos, em constante guerra com a própria identidade.
Afinal, o mundo já tentou negar a natureza. Agora é hora de reencontrá-la — com consciência, com respeito mútuo e, principalmente, com orgulho do que somos.
E eu, como mulher, esposa e mãe de dois meninos, confesso: fico genuinamente feliz pelos homens. Eles estavam em crise — uma crise de identidade, de papel, de lugar. E isso me preocupava profundamente. Porque um homem sem rumo é um homem vulnerável. Mas está aí: o mundo precisa, sim, de homens de verdade. Homens bons. Protetores. Que usam a sua força, sua coragem e sua inteligência estratégica em favor do bem. Da casa. Da mulher. Dos filhos. Do mundo.
E que bom que eles estão voltando. Porque nós precisamos — e queremos — eles aqui.
Ali Klemt
@ali.klemt