Sexta-feira, 08 de agosto de 2025

Acordo que permitiu desobstrução do Plenário da Câmara dos Deputados passou pela sinalização de líderes do Centrão em colocar sob votação a proposta que altera o foro priveligiado

O acordo que possibilitou a desobstrução do plenário da Câmara dos Deputados passou por uma sinalização de líderes do Centrão para colocar em votação a PEC nº 333/2017, que altera as regras do foro privilegiado. Esta é uma das principais demandas de parlamentares bolsonaristas, preocupados com o tratamento que têm recebido do Supremo Tribunal Federal (STF).

Conforme apurou o site “Valor Ecomômico”, os líderes mais próximos de Motta teriam se comprometido a apoiar a inclusão da PEC na pauta de votações. Pela estratégia, o presidente da Câmara se manteria neutro e apenas acataria o desejo da maioria dos líderes. A expectativa é de que a matéria possa ir a plenário já na semana que vem.

Liíderes do governo, ao tomar conhecimento do acordo com a oposição, admitiram que a manobra é plausível. Também demonstraram preocupação com algum acordo que possibilite a ida a votação do projeto que concede anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.

Este caso, no entanto, é mais complexo. Motta teria concordado em pautar a urgência do projeto caso haja apoio majoritário no colégio de líderes, mas sem compromisso com a votação do mérito. Ao fim do impasse, os dois lados cantaram vitória: os governistas comemoraram a desobstrução do plenário e os oposicionistas, o acordo com Motta.

Bloqueio da Câmara

Após duas horas de negociação, na noite de quarta-feira (6), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), reocupou o seu lugar na Mesa Diretora e deu início a sessão que durou aproximadamente 20 minutos e foi marcada por uma série de embates entre deputados. Motta rechaçou o bloqueio bolsonarista e disse que novos atos não serão permitidos.

Cercado por deputados bolsonaristas e da base governista, Motta defendeu prerrogativas parlamentares e se disse preocupado com a crise institucional. “Não vamos permitir que atos como o de hoje voltem a acontecer”, declarou o deputado da Paraíba.

Ainda de acordo com o presidente da instituição, houve um somatório de acontecimentos recentes que trouxeram “esse sentimento de ebulição dentro da casa”, em suas palavras. “É comum? Não. Nós estamos vivendo tempos normais, também não”, ponderou.

“Mas é justamente nessa hora que nós não podemos negociar a nossa democracia”, completou. Para o deputado, há uma crise institucional, um possível conflito internacional e a construção de soluções deve passar pela Casa e deve estar sempre em primeiro lugar. “E não deixarmos que projetos individuais, projetos pessoais ou até projetos eleitorais possam estar possam estar à frente daquilo que é maior do que todos nós, que é o nosso povo, que é a nossa população, que tanto precisa aqui das nossas decisões”, reforçou. (com informações de Valor Econômico)

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