Segunda-feira, 21 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 20 de julho de 2025
Um dos substitutos mais populares do açúcar pode elevar o risco de ter um AVC. De acordo com um novo estudo, o eritritol afeta as células cerebrais e traz consequências inesperadas para a saúde.
O eritrito é um adoçante natural é geralmente produzido a partir da fermentação do milho. Ele está presente em centenas de produtos e é famoso por praticamente não conter calorias e oferecer cerca de 80% da doçura do açúcar comum. Também tem pouco efeito sobre os níveis de açúcar ou insulina no sangue.
Agora, um estudo da Universidade do Colorado em Boulder, nos Estados Unidos, com 4 mil pessoas mostrou que homens e mulheres com níveis circulantes mais altos de eritritol tinham probabilidade significativamente maior de sofrer um ataque cardíaco ou AVC nos três anos seguintes.
Os pesquisadores trataram células humanas que revestem os vasos sanguíneos do cérebro por três horas com uma quantidade de eritritol semelhante à presente em uma bebida comum sem açúcar. Essas células apresentaram várias alterações: expressaram significativamente menos óxido nítrico (molécula que relaxa e dilata os vasos sanguíneos) e mais endotelina-1, uma proteína que os contrai.
Além disso, quando essas células receberam uma substância formadora de coágulos chamada trombina, a produção celular do composto anticoagulante natural t-PA foi “fortemente reduzida”. As células tratadas com eritritol também produziram mais espécies reativas de oxigênio (ROS), também conhecidas como “radicais livres”, que podem envelhecer e danificar as células e inflamar os tecidos.
“Nosso estudo se soma às evidências que sugerem que adoçantes não calóricos, geralmente considerados seguros, podem não estar isentos de consequências negativas para a saúde”, disse o autor sênior Christopher DeSouza, professor de fisiologia integrativa e diretor do Laboratório de Biologia Vascular Integrativa, ao site SciTechDaily.
DeSouza ressaltou que o estudo usou apenas uma porção do adoçante. Para quem consome várias porções por dia, o impacto pode ser ainda maior. Como o trabalho foi feito em laboratório, em células, por isso são necessárias mais pesquisas em humanos.
“Em termos gerais, se os seus vasos estão mais contraídos e sua capacidade de quebrar coágulos sanguíneos está reduzida, o risco de AVC aumenta”, disse Berry. “Nossa pesquisa mostra não apenas isso, mas também como o eritritol pode aumentar esse risco.”
O estudo foi publicado no Journal of Applied Physiology. (Com informações do jornal O Globo)