Quarta-feira, 01 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 1 de outubro de 2025
Brasileiros menores de 14 anos e maiores de 79 anos passam, a partir desta quarta-feira (1º), a ter que comparecer pessoalmente a uma entrevista consular para obter o visto americano de não imigrante, categoria que inclui as autorizações do tipo B1/B2, destinadas a turismo e negócios. Até então, esses grupos eram isentos do procedimento e precisavam apenas apresentar a documentação exigida.
A mudança, que vale para cidadãos de todos os países que precisam de visto para entrar nos Estados Unidos, faz parte de uma série de medidas rigorosas adotadas recentemente pelo governo americano para controlar a imigração no país.
Com a nova regra, todos os solicitantes dessas faixas etárias precisarão passar por uma conversa presencial com um oficial consular. Apenas categorias muito específicas continuam isentas, como diplomatas, funcionários de governos estrangeiros, representantes de organizações internacionais e oficiais da Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Otan.
Também permanecem elegíveis para isenção candidatos à renovação do visto de turismo ou negócios, desde que o documento anterior tenha expirado há menos de 12 meses, tenha sido emitido quando o solicitante já tinha 18 anos e que não haja histórico de recusa anterior.
Além da exigência de entrevistas, o governo americano também reforçou critérios de avaliação para a concessão do visto. Agora, oficiais consulares podem negar solicitações com base em histórico de promoção de ideologias consideradas “antiamericanas” ou em manifestações públicas nas redes sociais que entrem em conflito com a política externa do país.
Essas novas diretrizes já estão em vigor e fazem parte de uma atualização do manual de políticas do Serviço de Imigração e Cidadania dos EUA (USCIS, na sigla em inglês).
Paralisação
A paralisação do governo dos EUA, provocada pelo impasse ente republicanos e democratas sobre o plano orçamentário para financiamento do governo, forçou agências e órgãos federais americanos a suspenderem atividades e colocarem funcionários em licença não remunerada, uma vez que os gastos com serviços considerados não essenciais foram suspensos.
Além das consequências econômicas e sobre trabalhadores do serviço público, algumas das suspensões podem afetar turistas brasileiros que desembarquem no país enquanto o impasse não for superado, além de potencialmente afetar a emissão de vistos americanos, conforme alertado pela Embaixada dos EUA no Brasil.
O comunicado da embaixada americana diz que os serviços de passaporte e visto programados no Brasil estão mantidos, embora não deixe claro até quando. “No momento, os serviços de passaporte e visto programados nos Estados Unidos e em Embaixadas e Consulados dos EUA no exterior continuarão enquanto a situação permitir”, diz a nota postada no perfil oficial nas redes sociais.
Segundo a embaixada e consulados, também foram suspensas postagens nas redes sociais devido ao shutdown, mantendo apenas alertas “urgentes e de segurança”.
Os efeitos de um “apagão” do governo tendem a se desdobrar em etapas — os EUA passaram por 21 shutdowns desde 1976, quando as regras orçamentárias atuais foram promulgadas. Com base nas paralisações anteriores, espera-se que museus e monumentos históricos estejam entre os primeiros a serem afetados pelos cortes.
Quem planeja viajar aos EUA e fazer uma visita a um parque nacional ou ao National Mall — área da capital americana que reúne alguns dos principais pontos do turismo cívico do país — pode se deparar com portas trancadas e placas de proibição de entrada se a paralisação durar mais do que alguns dias.
Os museus do Instituto Smithsonian — que incluem alguns dos principais museus de Washington, como os de História Natural, História Americana e Arte Americana — às vezes permanecem abertos por um curto espaço de tempo, após a paralisação do governo. O mesmo já aconteceu com o Zoológico Nacional. A tendência é que isso mude se o impasse permanecer.