Sexta-feira, 13 de junho de 2025

Advogado dá bronca no general Augusto Heleno: “A pergunta é só sim ou não, desculpa”

O advogado Matheus Milanez, que representa o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional general Augusto Heleno — réu na ação que apura a tentativa de golpe de Estado em 2022 — deu uma bronca no seu cliente durante o interrogatório na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nessa terça-feira (10).

“A pergunta é só ‘sim’ ou ‘não’, desculpa”, advertiu o advogado no momento em que Heleno respondia a uma pergunta feita por ele.

Na ocasião, o advogado havia perguntado: “O senhor coordenou uma ação da Abin [Agência Brasileira de Inteligência] ou orientou a Abin para que a agência produzisse relatórios e documentos com informações falsas sobre a eleição de 2022?”

Na resposta, Heleno afirmou: “De maneira nenhuma. Não havia clima. O clima da Abin era muito bom”. Depois dessa resposta, veio a advertência. Em seguida, Heleno demonstrou surpresa, sorriu e disse: “Porra, desculpa”.

Diante da reação de Heleno, o ministro Alexandre de Moraes brincou: “Não fui eu, general Heleno, que fique nos anais aqui do Supremo, foi o seu advogado”. O advogado, então, agradeceu Moraes e reforçou que as respostas deveriam ser apenas “sim” ou “não”.

“Era esse o ponto”

O advogado foi ríspido com Heleno também em outro momento. O ex-ministro foi questionado sobre ter conhecimento de um plano de golpe.

Quando Heleno começou a responder, Matheus Milanez interrompeu: “O ponto é só provar se o senhor tinha conhecimento desse plano. O senhor não tinha. Participou de alguma reunião sobre esse plano?”, questionou.

Em seguida, Heleno respondeu “não”, mas o advogado continuou falando junto com Heleno: “Pronto, então é esse o ponto. Só queria saber se o senhor teve envolvimento ou não. Era essa a resposta que eu precisava”, enfatizou Milanez.

No início do interrogatório, a defesa informou ao ministro Alexandre de Moraes que Augusto Heleno ficaria parcialmente em silêncio, que só responderia aos questionamentos da defesa.

Fase

Os depoimentos marcam a reta final da instrução processual — fase em que são reunidas provas para embasar o julgamento. É nesse momento que os réus têm a chance de responder às acusações e apresentar suas versões dos fatos.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo integra o “núcleo crucial” da organização criminosa que atuou para tentar romper a ordem democrática. Entre os réus está o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Concluída a fase de interrogatórios, o processo segue para uma etapa de diligências, caso sejam solicitadas por defesa ou acusação. Depois, será aberto o prazo de 15 dias para apresentação das alegações finais, antes de o caso ser levado a julgamento na Primeira Turma do STF.

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