Terça-feira, 17 de junho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 16 de junho de 2025
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) denunciou à Justiça um advogado de Porto Alegre que é alvo de investigação por golpe contra idosis. Conforme a promotora responsável pelo caso, Letícia Viterbo Ilges, a fraude envolve a oferta de serviços de revisão de empréstimos consignado, sob promessa de abater juros nesse tipo de operação.
No processo consta que o profissional de Direito – atualmente preso de forma preventiva – utilizava três escritórios localizados em um mesmo endereço na capital gaúcha, para atrair vítimas preferencialmente na faixa etária a partir dos 60 anos. De posse de documentos e senhas fornecidos por elas, os estabelecimentos obtinham novos consignados em nome dos idosos, que acabavam arcando com as novas dívidas, além de valores relativos a honorários advocatícios.
A denúncia foi encaminhada à 5ª Vara Criminal do Fórum Central de Porto Alegre no último sábado (14 de junho). Trata-se da primeira ofensiva desde maio, quando o esquema foi alvo de operação policial. Já foram deferidas diversas medidas cautelares, como as quebras de sigilo de dados, bancário e a apreensão de bens, com o objetivo de ressarcir as vítimas.
Também foram apreendidos celulares, computadores do tipo “notebook” e documentos. A análise do material apreendido – trabalho em fase de andamento – poderá revelar o envolvimento de outros suspeitos, inclusive por meio de uma segunda fase da investigação.
Milhares de processos
Ainda de acordo com o MPRS, a acusação tem por base o inquérito policial remetido dia 9 de junho e menciona três vítimas iniciais. Mas há outros 82 inquéritos em andamento, envolvendo mais de 100 vítimas em potencial.
“Para se ter uma dimensão desta litigância predatória, até pessoas falecidas foram vítimas. Ao todo, são mais de 113 mil processos no Estado e mais de 140 mil no Brasil que o escritório do suspeito tem em tramitação”, ressalta a promotora Letícia Ilges.
A promotora de Justiça explica que a denúncia agora encaminhada ao Poder Judiciário é referente a uma primeira fase da investigação. Outras fases com mais vítimas também envolvem crimes como falsidade ideológica, falsificação e uso de documentos falsificados, estelionato, apropriação indébita e fraudes processuais.
(Marcello Campos)