Sábado, 26 de abril de 2025

Advogado deixa defesa do ex-assessor de Bolsonaro Filipe Martins e diz estar em “guerra” contra o Supremo

O advogado e desembargador aposentado Sebastião Coelho anunciou publicamente que deixou de representar Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, em sua defesa judicial. Segundo ele, a decisão foi motivada por questões de saúde, mas também por um posicionamento político que considera urgente assumir. Coelho declarou estar em meio a uma verdadeira “guerra” contra o Supremo Tribunal Federal (STF), o que o levou a repensar seu papel enquanto advogado de defesa em um processo com alto teor político e jurídico.

A declaração foi feita por meio de um vídeo divulgado em sua conta no Instagram, rede onde possui mais de 650 mil seguidores. Nele, o ex-desembargador comentou que o julgamento do chamado “núcleo dois” da denúncia sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado, ocorrido na última terça-feira (22), foi um divisor de águas para sua decisão. Nesse julgamento, Filipe Martins e outros cinco acusados se tornaram réus. Para Coelho, os acontecimentos mais recentes são indícios claros de que o Brasil atravessa uma fase conturbada: “refleti que o país vive uma ‘guerra’”, afirmou.

Coelho disse que tentou adotar um tom pacífico durante sua sustentação oral perante a Primeira Turma do STF. “Falei sobre paz”, lembrou. No entanto, afirmou que foi surpreendido pela fala do ministro Alexandre de Moraes, que teria dado um tom político ao julgamento: “O ministro Alexandre de Moraes disse claramente que não pode ter anistia para os golpistas. Quer dizer, politizando o julgamento técnico jurídico”.

Após o episódio, Coelho afirmou ter tomado uma decisão firme: “Depois de refletir sobre tudo isso, eu cheguei à conclusão que nós estamos numa guerra. E essa guerra tem um lado, que é o Supremo Tribunal Federal, e do outro lado os oprimidos. Eu resolvi que eu vou me alistar no exército dos oprimidos”.

Segundo ele, sua atuação como defensor de Martins impunha limites aos seus posicionamentos públicos. “Têm certas situações que eu precisaria comentar, passar até uma orientação para as pessoas que me buscam, mas eu fico limitado por conta da responsabilidade com a defesa do Filipe Martins”.

Na última terça, a Primeira Turma do STF aceitou, por unanimidade, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). O grupo é acusado de comandar ações para manter Bolsonaro no poder, mesmo após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas. (Com informações do Valor Econômico)

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