Sábado, 12 de julho de 2025

“Agora sabemos quem são os brasileiros e quem são os traidores da Pátria”, diz o ministro da Casa Civil de Lula

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, chamou o grupo político ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro de “traidores da Pátria” em evento na cidade de Linhares, no Espírito Santo. A fala acontece após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar taxa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.

“Muitos carregavam em campanhas eleitorais recentes bandeiras do Brasil nas costas para dizer que eram brasileiros de verdade. Mas agora, com o ataque dos Estados Unidos, nós sabemos quem são os brasileiros e quem são os traidores da pátria”, afirmou Rui Costa.

Em carta divulgada para anunciar o “tarifaço” contra o Brasil, Trump citou medidas tomadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra plataformas digitais dos EUA e o julgamento contra o ex-presidente por tentativa de golpe de Estado e por abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Enquanto os apoiadores de Bolsonaro têm atuado para responsabilizar a diplomacia do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo “tarifaço”, o Planalto quer reforçar o discurso de defesa da soberania do País. O governo ainda estuda a resposta diplomática e comercial para a sobretaxa. Governistas também culpam a atuação do filho do ex-presidente nos EUA, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pela política adotada por Trump.

Eduardo está nos Estados Unidos desde o início do ano e diz ser perseguido politicamente no Brasil pelo Supremo. Há um inquérito tocado pela Polícia Federal para investigar a atuação dele no país norte-americano.

Na mesma cerimônia, o advogado-geral da União, Jorge Messias, reforçou o discurso de que o Brasil é soberano. “Quem tem que resolver os problemas dos brasileiros são os brasileiros”, declarou Messias.

Os ministros acompanham o presidente Lula em cerimonia para anunciar início dos pagamentos do programa de transferência de renda para agricultores familiares e pescadores no Espírito Santo, no âmbito do Novo Acordo do Rio Doce, voltado à reparação socioeconômica das populações atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão.

Na cerimônia, o presidente apareceu usando o boné com os dizeres “O Brasil é dos brasileiros”. O adereço foi usado no início do ano pela base aliada do governo no Congresso em contraponto à oposição, que exibia bonés com mensagens críticas ao governo e de apoio a Donald Trump.

Na quinta-feira (10), em entrevistas ao Jornal da Record e ao Jornal Nacional, Lula afirmou que o governo estuda recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) e à Lei de Reciprocidade Econômica para responder à taxação. Em outra frente, o presidente disse que convocará uma reunião com empresários que exportam para os Estados Unidos para ouvi-los sobre a decisão. (Com informações do Valor Econômico)

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