Domingo, 21 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 20 de dezembro de 2025
Com mais de 600 animais em julgamento, cinco leilões e presença internacional, a 18ª edição da feira consolida a cidade como vitrine da ovinocultura no Brasil e no Mercosul.
A cidade de Bagé, na Campanha gaúcha, se prepara para receber a 18ª edição da Agrovino, entre os dias 13 e 17 de janeiro de 2026, no Parque Visconde Ribeiro de Magalhães. O evento, organizado pela Associação Bageense de Criadores de Ovinos (Abaco) e pelo Sindicato Rural de Bagé, já se consolidou como uma das principais vitrines da ovinocultura no Sul do país e promete ampliar negócios e público nesta edição.
Crescimento histórico
A Agrovino vem registrando resultados crescentes. Em 2024, a feira movimentou R$ 1,2 milhão em negócios, com a participação de 480 animais de 12 raças e 99 expositores de 66 municípios brasileiros, além de representantes da Argentina e Uruguai. Em 2025, o faturamento superou R$ 1,68 milhão, crescimento de mais de 50% em relação ao ano anterior. Esses números reforçam a expectativa de que 2026 seja ainda mais robusta, impulsionada pelo aquecimento do mercado ovino.
Ovinocultura gaúcha em números
O Rio Grande do Sul concentra o maior rebanho ovino do Brasil, com 2,97 milhões de cabeças em 2024, segundo o IBGE. Municípios da fronteira, como Sant’Ana do Livramento, lideram a produção. A valorização da carne ovina trouxe novo fôlego ao setor: em 2025, o preço do cordeiro vivo ultrapassou R$ 12 a R$ 13/kg, conforme dados da Emater/RS e do Cepea. Essa alta reflete maior demanda por carne de qualidade e reorganização do mercado de lãs, fatores que animam produtores e fortalecem o ambiente de negócios.
Programação técnica e comercial
A edição de 2026 contará com cinco leilões de diferentes raças, duas exposições nacionais — das raças Ideal e Texel — e a participação de animais vindos de diversos estados e países vizinhos. Estima-se que mais de 600 animais sejam julgados e cerca de 1,5 mil circulem pelo parque durante os cinco dias de feira.
A programação inclui:
Presença internacional e integração cultural
A feira deve receber criadores e visitantes do Uruguai e da Argentina, além de estados como Santa Catarina, Paraná e São Paulo. A programação cultural inclui concurso de assado, artesanato e gastronomia, aproximando o público urbano da realidade do campo.
Expectativas da organização
Segundo o presidente da Abaco, Gustavo Velloso, o momento vivido pela ovinocultura favorece uma edição ainda mais forte: “Estamos nos aproximando da 18ª Agrovino com uma expectativa muito positiva. Teremos cinco leilões de diferentes raças e projetamos um faturamento igual ou superior ao do ano passado, impulsionado pelo aquecimento do mercado.”
A Agrovino não é apenas uma feira comercial. Ela se tornou um espaço de integração técnica, cultural e gastronômica, fortalecendo a cadeia produtiva da ovinocultura e ampliando a visibilidade internacional do setor. Para Bagé, o evento reafirma sua posição como polo da produção ovina no Brasil, atraindo investimentos e consolidando parcerias. A expectativa é que os resultados financeiros superem os recordes anteriores, refletindo o novo ciclo de crescimento da ovinocultura gaúcha. (por Gisele Flores – gisele@pampa.com.br)