Sábado, 20 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 20 de setembro de 2025
O longa brasileiro “Ainda Estou Aqui”, que levou o primeiro Oscar do Brasil, foi laureado, nessa sexta-feira (19), com o Grand Prix FIPRESCI, um prêmio da crítica internacional, de melhor filme do ano. O diretor Walter Salles recebeu o troféu durante a cerimônia de abertura do Festival de San Sebastián, na Espanha. É a primeira vez que um brasileiro recebe o prêmio.
Com isso, o filme já colecionou mais de 60 prêmios desde sua estreia no Festival de Veneza do ano passado, de onde saiu com o prêmio de melhor roteiro. A atriz Fernanda Torres também ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz em drama.
O prêmio da Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica foi decidido por um júri de 739 críticos de 75 países, e já laureou, ao longo de seus 25 anos, nomes como Jean-Luc Godard, Pedro Almodóvar, Alfonso Cuarón e Chloé Zhao.
“Receber este prêmio de uma associação de críticos de cinema internacional tão destacada é uma honra para mim e para toda a família de ‘Ainda Estou Aqui’”, afirmou Salles no evento. “Graças aos críticos de culturas diversas, nosso filme ganhou novas matizes, o que foi fundamental para que o filme fosse descoberto pelo público e permanecesse nas salas de cinema, que, como vocês sabem, é onde filmes devem ser vistos.”
Em 2018, o cineasta já havia sido reconhecido pela federação com um prêmio pelo conjunto da obra —que inclui longas como “Central do Brasil” e “Terra Estrangeira”.
Estrelado por Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro, “Ainda estou aqui” acumula prêmios em 61 festivais ou premiações nacionais e internacionais. Além do Oscar, o filme conquistou o Globo de Ouro de melhor atriz, o Leão de Prata de melhor roteiro no Festival de Veneza e 13 estatuetas no Troféu Grande Otelo.
Adaptação de livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história do desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva (Mello) durante a ditadura militar e sobre como isso impactou a vida da família, que passa a ser comandada por Eunice (Torres).
O próprio caso Rubens Paiva ganhou novos desdobramentos recentemente. Por determinação da Justiça, em janeiro deste ano a certidão de óbito do ex-deputado foi corrigida. Na versão original do documento, ele foi tido como “desaparecido político”. Na nova redação, consta agora que sua morte foi violenta, causada pelo Estado brasileiro.