Sábado, 27 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 27 de setembro de 2025
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, afirmou que o breve encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, em Nova York, foi um “primeiro passo” para a resolução do tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos a produtos brasileiros. Uma reunião entre os líderes deve ocorrer nos próximos dias.
“Quero saudar o encontro, embora rápido, mas o encontro entre os presidentes Lula e Trump [na Assembleia Geral da ONU], que deram, ao menos, um primeiro passo. Vamos tentar dar os passos subsequentes para a gente ir removendo esses problemas e podermos caminhar mais rapidamente para resolver a questão do tarifaço”, disse Alckmin durante palestra em uma instituição de ensino superior em São Paulo, na sexta-feira (26).
Alckmin defendeu que o comércio entre os países deve ser “ganha-ganha”, ou seja, com ambos participantes obtendo sucesso, e baseado em regras. “Comércio exterior bem feito é ganha-ganha. Ele é mais eficiente: eu compro dele, mais barato. Eu sou mais eficiente: eu vendo para ele. A sociedade ganha. Só que precisa ter regras, porque senão o grande vai matar o pequeno”, disse o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Ele ressalvou, no entanto, que a atuação da OMC (Organização Mundial do Comércio) foi limitada pelos Estados Unidos. “Temos que ter regras para o mundo todo, regras de comércio. Só que, infelizmente, não funciona. Por quê? Eu entro com uma representação [na OMC] e ganho na primeira instância. [A decisão] não vale enquanto não tiver decisão da segunda instância. Aí, na segunda instância, os Estados Unidos não designam os seus representantes. Ela [a OMC] não pode agir. Então, meio que a OMC ficou inócua”, disse.
Na terça-feira (23), o presidente dos Estados Unidos afirmou que pretende se encontrar com Lula. Ele chamou o petista de “homem muito agradável” e disse que teve “uma química excelente” durante o breve encontro.
Trump discursou na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, logo depois de Lula. Tradicionalmente, o presidente do Brasil faz o discurso de abertura do evento.
O presidente norte-americano disse que as tarifas aplicadas contra o Brasil e outros países são uma questão de defesa da soberania e da segurança do seu país.