Sábado, 12 de outubro de 2024

Além de Israel e Ucrânia: veja outros países que enfrentam guerras e conflitos no mundo

Entrando no 14º dia da guerra entre Israel e o grupo extremista armado Hamas, o conflito já é um dos mais graves da História da região, que enfrenta escassez de suprimentos e levou ao deslocamento de milhares de palestinos e uma força-tarefa para evacuar estrangeiros. Enquanto isso, no continente vizinho, a invasão russa à Ucrânia completa mais de um ano e meio sem resolução, com o apoio de atores internacionais e da Organização das Nações Unidas (ONU) na tentativa de encontrar um caminho para um cessar-fogo.

Mas, apesar de a guerra em Israel estar sob os holofotes, existem hoje vários países envolvidos em conflitos armados ao redor do mundo — muitos deles há várias décadas.

Síria

A guerra civil síria, que começou em 2011, já deixou mais de 400 mil mortos, arrasou cidades e envolveu vários países estrangeiros. Mais de 200 mil pessoas estão desaparecidas e, além dos milhares de mortos, o conflito provocou um grande êxodo, reduzindo a população síria de 21 milhões, em 2010, para 17 milhões em 2019.

A guerra começou depois que manifestações pró-democracia eclodiram na cidade de Deraa, no Sul, inspiradas pela Primavera Árabe, em março de 2011. Quando o governo do presidente Bashar al-Assad usou força letal para esmagar a dissidência, protestos exigindo sua renúncia eclodiram em todo o país. As manifestações, inicialmente pacíficas, se transformaram em uma guerra civil de grande escala.

Iêmen

Nove anos após o início na guerra no Iêmen, que já deixou 233 mil mortos, mais da metade deles por desnutrição e ausência de serviços de saúde e infraestrutura, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) estima que 21,6 milhões de pessoas — o equivalente a dois terços da população precisarão de ajuda humanitária e proteção em 2023.

Sudão

Desde 2003, o Sudão enfrenta um conflito na região de Darfur, com um levante de rebeldes não-árabes da região, que alegavam marginalização pelo governo. Nos 20 anos de embates, foram registradas cerca de 300 mil mortes e mais de 2 milhões de pessoas deslocadas.

Congo

A República Democrática do Congo (RDC) é um dos países mais pobres do mundo. No Leste do país, área mais violenta, cerca de 120 milícias atuam nas províncias de Kivu do Norte, Kivu do Sul e Ituri. No último ano, os ataques se intensificaram apesar da presença de 18 mil soldados das forças de paz da ONU. Os conflitos provocaram a migração de mais de 521 mil pessoas desde março do ano passado.

Etiópia

A Etiópia enfrenta uma guerra civil desde 2020, com a tomada da região de Tigré, comandada pela Frente para a Liberação do Povo do Tigré (TPLF), pelas forças militares etíopes, em novembro de 2020. O conflito se espalhou para outras regiões do país, que tem um histórico de atritos por ser um país fragmentado etnicamente. Durante os quase três anos da guerra civil, pelo menos 600 mil morreram, de acordo com o porta-voz da União Africana, o presidente da Nigéria Olusegun Obasanjo.

Afeganistão

Os ataques de 11 de Setembro de 2001, que deixaram quase 3 mil mortos nos EUA, desencadearam uma série de guerras e intervenções no Oriente Médio, a chamada “Guerra ao Terror”, que tinha como alvo principal Osama bin Laden, líder da al-Qaeda. A tentativa de construir um Exército afegão confiável se transformou em um fiasco com uma conta de US$ 83 bilhões: foram de 60 mil mortes entre as forças de segurança afegãs e quase o dobro de mortes civis. Nos EUA, mais de 2,3 mil militares americanos morreram e mais de 20 mil ficaram feridos.

Líbia

O país do Norte da África enfrenta uma aguda guerra civil desde 2011, com a derrubada do ex-presidente Muammar Gaddafi no contexto da Primavera Árabe. Atores governamentais, milícias e facções políticas disputam o poder em embates marcados pela violência, pela instabilidade política e pelo envolvimento de atores estrangeiros. O conflito levou a milhares de mortes e de deslocamentos, com implicações regionais e globais.

Mianmar

O país enfrenta uma grave crise desde o golpe de Estado de fevereiro de 2021, quando uma junta militar derrubou o governo da Prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, e decretou um estado de emergência em vigor até os dias de hoje.

Desde então, mais de 2.900 pessoas morreram na repressão militar contra os dissidentes e mais de 18 mil foram detidas. Suu Kyi, de 76 anos, foi condenada a um total de 33 anos de prisão, em um processo que grupos de defesa dos direitos humanos tacharam de “farsa”.

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