Domingo, 14 de dezembro de 2025

Alguns dos principais aliados do presidente da Câmara dos Deputados criticaram as decisões que ele tomou ao longo da última semana

Alguns dos principais aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticaram as decisões que ele tomou ao longo da última semana. A avaliação é que ele deveria preservar a própria imagem e avançar com uma pauta positiva para fechar o ano em vez de contratar novas crises para a sua gestão.

Parte dos líderes mais próximos do deputado reconheceu erros de Motta e excessos cometidos na semana — como a decisão de cortar o sinal da TV Câmara durante a retirada à força de Glauber Braga (Psol-RJ) da Mesa Diretora e o episódio da violência de policiais legislativos contra parlamentares e jornalistas.

Para esses interlocutores, essas decisões pesam contra ele na reta final do ano. Também afirmam que foram pegos de surpresa com a decisão de votar o PL da dosimetria e dizem ter aconselhado Motta a não pautar o tema, para que o Senado ficasse com o ônus de iniciar a discussão.

A ideia de “tirar da frente” assuntos espinhosos para se ver livre da polarização não teve o efeito esperado por Motta, na avaliação de fontes próximas ao deputado. O impacto, na verdade, foi o oposto: a demonstração de que o presidente da Câmara não tem o controle do plenário.

Principal fiador de sua campanha, o ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL) não escondeu a sua irritação com a presidência de seu sucessor após a reviravolta na votação da cassação de Glauber, seu desafeto pessoal e que acabou sendo apenas suspenso.

“Tem que reorganizar a Casa. Está uma esculhambação”, escreveu Lira em um grupo de mensagens com os integrantes de seu partido na Câmara. As mensagens foram reveladas pelo g1.

À GloboNews, Motta rebateu a fala do antecessor e disse que “a presidência da Câmara não se move por conveniências individuais nem deve servir como ferramenta de revanchismo”.

Nos dois polos do espectro político da Câmara, as críticas a Motta são públicas. O líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), avalia que ele saiu derrotado depois de pautar a cassação dos mandatos de Glauber e Carla Zambelli (PL-SP) para o mesmo dia. Ele lembrou que, durante a sessão que discutiu as cassações, Motta foi visto ligando para deputados para conseguir os votos, mas “acabou derrotado nos dois casos”.

Já o líder do PT, deputado Lindbergh Farias (RJ), voltou a dizer que Motta “perdeu as condições de ser presidente”. “ As decisões dele têm sido muito erráticas.”

Pelas redes sociais, Motta divulgou que se reuniu com jornalistas na quinta-feira (11) para tratar dos episódios de violência. Ele afirmou que estuda mudar os protocolos da Casa e disse que instaurou uma sindicância para investigar os acontecimentos. Com informações do portal Valor Econômico.

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