Segunda-feira, 04 de agosto de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 4 de agosto de 2025
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) provocou reações imediatas entre seus aliados.
O mandado foi expedido na noite desta segunda-feira (4), sob a justificativa de que Bolsonaro descumpriu medidas cautelares impostas no inquérito que investiga seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por articular sanções a autoridades brasileiras nos Estados Unidos.
Parlamentares e dirigentes de partidos do campo bolsonarista criticaram a medida, alegando que o ex-presidente foi alvo de uma prisão “sem julgamento” e antes da conclusão do processo que apura sua participação na chamada trama do golpe. A ação irá a julgamento em setembro.
O presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, afirmou estar “inconformado’:
“Estou inconformado. O que mais posso dizer?”, questionou.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), encabeçou a reação no Congresso. “Hoje a história registrou: acabou a democracia no Brasil. Eleição sem Bolsonaro é golpe”, afirmou. Segundo ele, trata-se de uma prisão “sem julgamento e sem defesa”.
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), o mais votado do País em 2022, também criticou a justificativa da prisão. “Corrupção? Rachadinha? Não. Seus filhos postaram conteúdo dele nas redes sociais”, escreveu em uma plataforma referindo-se ao suposto descumprimento das medidas cautelares.
O vice-líder do PL, deputado Domingos Sávio (MG), classificou como grave a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele argumentou que a decisão de Moraes, que proibiu o presidente de receber visitas e usar celular, corresponde na prática uma prisão integral.
“A decisão é grave. Por um decisão monocrática, um ex-presidente é preso antes de ser condenado. É inédito e o Congresso Nacional precisa reagir para coibir excessos do Supremo Tribunal Federal.
Ele informou que o partido vai se reunir nessa terça-feira (5) pela manhã para falar sobre o assunto e que a ideia é pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) a pautar a anistia.
O senador Carlos Portinho (PL-RJ) afirmou que o impeachment de Moraes é a única saída: Democracia não é! Vamos alcançar as 5 assinaturas do pedido de impeachment que nos dará a maioria. É necessário! É urgente!!!”.
O presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PI), ex-ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro, classificou o dia como “difícil para muitos brasileiros”. “A prisão domiciliar do presidente, antes mesmo de um julgamento, é um fato jurídico com o qual ninguém pode concordar”, declarou.
Segundo Moraes, Bolsonaro teria mantido influência política e digital por meio de aliados e familiares, especialmente seus filhos parlamentares, utilizando perfis de terceiros para divulgar mensagens que desafiavam as instituições democráticas, o que violaria a proibição de uso de redes sociais e de contato com outros investigados.
Diante do que classificou como reiteração das condutas e tentativa deliberada de burlar as restrições, Moraes substituiu as medidas anteriores pela prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, proibição de visitas (exceto advogados e familiares próximos), entrega de passaporte e apreensão de aparelhos eletrônicos. (Com informações do jornal O Globo)