Terça-feira, 22 de julho de 2025

Aliados negociam nomeação de Eduardo Bolsonaro em secretaria estadual para poder manter seu mandato

Aliados do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) têm buscado alternativas para mantê-lo no mandato mesmo morando fora do país, após o fim oficial de sua licença neste domingo. Uma das apostas do grupo é emplacá-lo em uma secretaria estadual em governos aliados, como o de Jorginho Mello (PL), em Santa Catarina, ou o de Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo.

O arranjo permitiria a Eduardo permanecer licenciado da Câmara com aval da Casa, mantendo o mandato. Segundo articuladores próximos aos governadores, há uma avaliação de que pode haver disposição para a acomodação, mas as conversas ainda estão em estágio inicial.

O governador que aceitasse nomeá-lo teria que justificar ao eleitorado o pagamento de um salário de secretário a um político que reside no exterior. No caso de Santa Catarina, onde Jorginho é um dos nomes mais alinhados ao bolsonarismo, a avaliação é de que o custo político seria menor.

Com a proximidade da eleição de 2026, contudo, o cálculo muda. Governadores de direita disputam o espólio de Jair Bolsonaro, e uma eventual ajuda a Eduardo poderia abrir caminho para o apoio do clã na sucessão presidencial. Nos bastidores, no entanto, integrantes dos governos de Ronaldo Caiado (União Brasil), em Goiás, e Romeu Zema (Novo), em Minas Gerais, demonstraram resistência à ideia.

Além da indicação para uma secretaria, outras alternativas também são cogitadas pelos aliados, como a viabilização da votação remota.

A movimentação ocorre em meio a críticas internas à ausência prolongada de Eduardo do país, especialmente após o tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, afirmou que a legenda trabalha para mantê-lo no cargo até o fim da legislatura.

— Até o dia 4 [de agosto], não há faltas por conta do recesso. Depois disso, ele pode se ausentar. Estamos buscando soluções para que ele continue exercendo o mandato até o final — disse Sóstenes.

O líder também minimizou os atritos recentes entre Eduardo e o governador Tarcísio de Freitas:

— Teve ruído, sim. Ele e o governador Tarcísio se estranharam, mas isso já está superado. Zero estresse. Estamos solidários e gratos pelo trabalho que ele tem desempenhado. O tarifaço não foi ele que pediu, foi uma decisão de Trump. O que ele solicitou foi a suspensão dos vistos e outras medidas que agora começam a aparecer — declarou.

Mesmo durante o recesso parlamentar, a bancada do PL se reúne nesta segunda-feira para discutir as medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que passou a usar tornozeleira eletrônica na semana passada por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Eduardo deve participar do encontro por videoconferência. As informações são do portal O Globo.

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