Quarta-feira, 17 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 15 de fevereiro de 2022
A inflação em janeiro foi mais alta para famílias de renda muito baixa. Já as famílias de renda alta sentiram menos o aumento dos preços no primeiro mês do ano. Os números são resultado do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado nesta terça (15). Veja, abaixo, a inflação de janeiro para cada faixa de renda:
Renda muito baixa: 0,63%
Renda baixa: 0,62%
Renda média-baixa: 0,58%
Renda média: 0,53%
Renda média-alta: 0,51%
Renda alta: 0,34%
Já no acumulado dos últimos 12 meses, quem mais sentiu a alta de preços foram as famílias de renda média-baixa:
Renda muito baixa: 10,5%
Renda baixa: 10,5%
Renda média-baixa: 10,8%
Renda média: 10,6%
Renda média-alta: 9,9%
Renda alta: 9,6%
Para as duas classes de renda mais baixas, os preços aumentaram em todos os grupos analisados no último mês: alimentos e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário, transportes, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação.
O grupo que mais puxou o aumento de preços foi o de alimentos e bebidas, principalmente devido às altas de preços de frutas, legumes, carnes, café e óleo de soja. Os alimentos representaram metade da inflação registrada para as famílias mais pobres.
Já entre as famílias de renda média-baixa e de renda alta, os transportes tiveram variação negativa. O alívio é explicado pela queda dos preços de combustíveis, passagens aéreas e transporte por aplicativo.
Todas as faixas de renda tiveram desaceleração da inflação no mês: os preços subiram menos que nos dois meses anteriores.
Impacto
A inflação tem pesado no bolso dos brasileiros, especialmente sobre o consumo de alimentos e combustível. É o que mostra pesquisa recente divulgada pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
De acordo com o levantamento, 69% dos entrevistados avaliam que a inflação está impactando principalmente o consumo de alimentos e outros produtos de abastecimento doméstico e 42% apontam que o principal impacto da inflação é no preço do combustível.
A quarta edição do Radar Febraban mostra também que, em caso de melhora da situação financeira e de sobra de recursos do orçamento doméstico, a principal opção de investimento dos respondentes é a compra de imóvel: 35%, sendo este o maior percentual desde o início da série histórica da pesquisa.
Em seguida, vêm os investimentos bancários (22%), a reforma da casa (18%) e a aplicação na poupança (18%). Recente alta da inflação prejudica a alimentação e o consumo diário, para a quase 70% dos brasileiros neste final de 2021 e 42% avaliam que o principal impacto da inflação é no preço do combustível.
“A pesquisa mostra que a percepção sobre a inflação tem peso relevante pelo impacto direto no poder de compra e na qualidade de vida da população, mas, por outro lado, sugere ainda que o desejo dos consumidores em comprar imóvel em 2022 pode animar o setor imobiliário no próximo ano”, aponta o cientista político e sociólogo Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE), responsável pela pesquisa.