Sábado, 02 de agosto de 2025

Alvo da Polícia Federal, Carlos Bolsonaro nega ligação com a Abin

A defesa do vereador Carlos Bolsonaro divulgou uma nota nessa quarta-feira (31) afirmando que “não possui qualquer ligação com a Abin e tampouco solicitava e/ou recebia de pessoas vinculadas à agência qualquer tipo de informação e dados de terceiras pessoas”.

Na última segunda (29), Carlos foi um dos alvos de operação da Polícia Federal (PF) que mirou o “núcleo político” envolvido no suposto uso de sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionagem ilegal.

A suspeita dos investigadores é que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu “materiais” obtidos ilegalmente pela Abin.

Ainda segundo as investigações, assessores de Carlos Bolsonaro, que também foram alvo da operação, teriam pedido informações para o ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Ramagem é próximo da família Bolsonaro.

Mandados 

Na segunda, foram autorizados mandados de buscas e apreensão na residência de Carlos Bolsonaro e na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Também foram cumpridos mandados em Angra dos Reis (RJ), onde a família Bolsonaro tem uma casa, além de Brasília, Salvador e Formosa (GO).

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do caso, foi quem assinou a autorização para os mandados.

A casa alvo de mandado em Angra foi onde Bolsonaro realizou uma live (transmissão ao vivo) nas redes sociais, no domingo (28). O ex-presidente e os filhos deixaram a residência de barco no início da manhã de segunda. Eles voltaram ao local ainda durante a manhã.

De acordo com uma fonte da PF, foram recolhidos celulares e aparelhos eletrônicos de todos que estavam na casa, não apenas de Carlos.

Ninguém foi alvo de mandado de prisão. Carlos Bolsonaro foi ouvido na terça-feira (30) na Polícia Federal.

Outra operação

Na última quinta (25), Moraes afirmou que o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem usou o órgão para fazer espionagem ilegal a favor da família do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Entre as autoridades espionadas estavam a ex-deputada Joice Hasselmann, o ex-governador do Ceará e atual ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia.

Apurações da PF apontam que a Abin teria sido “instrumentalizada” para monitorar ilegalmente uma série de autoridades e pessoas envolvidas em investigações, além de desafetos do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O uso indevido da Abin teria ocorrido quando o órgão era chefiado por Alexandre Ramagem, que é aliado de Bolsonaro.

Defesa

Leia a seguir o texto da defesa do vereador, assinado pelo advogado Antonio Carlos Fonseca:

“O Vereador Carlos Bolsonaro esclarece que na segunda-feira, dia 29, a sua defesa protocolou no Supremo Tribunal Federal o pedido de acesso aos autos da investigação que deu origem à operação da Policia Federal deflagrada naquele mesmo dia.

O pedido ainda não foi analisado, impossibilitando que se tome conhecimento dos fatos em apuração, além daquilo que é divulgado seletivamente pela imprensa.

O Vereador Carlos Bolsonaro reitera que não possui qualquer ligação com a Abin e tampouco solicitava e/ou recebia de pessoas vinculadas à agência qualquer tipo de informação e dados de terceiras pessoas.

Cabe, por fim, destacar que o Vereador Carlos Bolsonaro repudia as falsas informações que são amplamente divulgadas por parte da imprensa e juntamente com sua defesa técnica, oportunamente, se manifestará sobre todas as questões relacionadas à operação”.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de em foco

Em Canoas, um ciclista morreu após ser atingido por um motociclista com sinais de embriaguez
“Indícios apontam para Abin paralela”, diz o novo diretor-adjunto da agência
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play