Segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Angélica conta que só Preta Gil encarou posar sem filtro para fotos e revela: “Odiava a minha pinta, queria tirar”

Nem sempre Angélica gostou da pinta preta na perna que viraria sua marca registrada. Ela pensou em retirar a marca com cirurgia plástica e vivia com a mão sobre ela para escondê-la. A apresentadora revelou esses detalhes em entrevista no videocast “Conversa vai, conversa vem”, no ar no Youtube e no Spotify.

Angélica também relembrou sua trajetória em que vigorava a cobrança por um padrão de beleza que nem sempre ela conseguia alcançar. Uma cobrança que deixou sequelas e a impediu de posar sem maquiagem quando propôs que mulheres fizessem fotos de cara lavada no programa “Simples assim”. A apresentadora revela ainda que a única que topou o desafio foi Preta Gil.

1-Você foi a criança mais bonita do programa Chacrinha, virou modelo criança, fez dezenas de campanhas publicitárias, operou bastante nessa frequência do mundo da beleza. Pouco tempo atrás, propôs que mulheres posassem para fotos sem filtro, se mostrando como são. Olha para trás e pensa que, de certa forma, contribuiu para essa cobrança pela beleza?

Aquilo foi uma ideia do programa “Simples assim”. Sabe que eu não banquei? Na hora de fazer, quis fazer uma pele, passei um rímel. A única que bancou real foi a Preta Gil, que estava com o cabelo grisalho. Ela foi ela mesma ali, segurou a onda. Eu não segurei aquela onda. É muito difícil crescer com essa coisa toda e conseguir se despir. Depois, fiz outros trabalhos e até entrevista sem nada no rosto, mais livre. Mas ali, eu não consegui. É muito sério o que a gente constrói na juventude, na adolescência. Por isso, fico preocupada com a adolescência da minha filha. Depois, para se livrar do que você coloca para dentro ali… É muito difícil se livrar dessa cobrança, da marca que fica em você. É perverso, triste. Essas meninas fazendo skincare numa pele de criança, que não tem nada.

2-Se cobrou muito na adolescência, mesmo correspondendo ao padrão de beleza estabelecido?

Sempre. Sempre tive uma cobrança muito grande. Imagina, passar a adolescência na televisão…

3-Caber no figurino.

Ser adolescente já é complicado. Você não cabe dentro daquele corpo, está descobrindo mil coisas. E eu descobri tudo isso na TV. Tinha que cobrir a espinha, a pele com acne. É close, é corpo. Comecei a treinar, a fazer exercício físico muito cedo. A sorte é que meu pai sempre foi atleta, então, eu tinha esse DNA de gostar. Mesmo assim, eu malhava muito e comia pouco. Sempre fui mais rechonchuda, perna grossa e tal. Televisão engorda muito, eu ficava maior ainda. Tinha que ser muito magra pra ficar bem. Vivia daquelas sopas todas, daqueles shakes. Vivia tentando me encaixar naquele padrão. Era um esforço muito grande. Fui me adaptando. Hoje, tenho toda uma rotina que, certeza, vem dessa época. Sou uma pessoa muito ligada em estar bem. Mas não mais com as neuroses. Porque me trabalho.

4-Sempre gostou de você?

Acho que hoje gosto mais de mim. Não sei se gostava. Gostava do que eu via ali, do que as pessoas gostavam. Hoje, gosto quando eu vejo. Quando não gosto, mudo. Mas hoje sei que sou eu, que não é o que as pessoas querem que eu seja. Mas minha adolescência e juventude foi toda assim: era muito o que o outro estava achando. Do meu cabelo, da minha pele, do corpo que eu tinha que ter.

5-O olhar do outro sobre você.

O olhar do outro.

6-Gostava da sua pinta?

Não! Odiava a minha pinta com 12, 13 anos. Quando fui para a TV,a era uma coisa muito diferente uma pinta no meio da perna. Usava muito shortinho. Queria tirar aquilo, maquiar. Na época da Manchete, o (Maurício) Sherman (diretor), diretor dizia: “Isso vai ser a sua marca. E eu: “Como , marca?”. Eu apresentava o programa com a mão em cima. Na primeira vez que fui para a Disney, andava com a mão sobre ela, tinha uma mania mesmo. Lembrei isso há pouco tempo, de cobrir, porque eu tinha vergonha. Uma vez, fui num cirurgião plástico, logo que entrei na TV. Ele disse que eu ia ficar com uma cicatriz maior que a pinta. Aí, falei: “Ah, então, tá, fazer o que?”. E, realmente, virou minha marca. Hoje, amo a minha pinta, ela é linda demais. Tem o médico dela, toda uma vida própria, um trabalho.

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