Sábado, 20 de abril de 2024

Antes de ser diagnosticado com covid, o ministro da Saúde participou de encontros com o primeiro-ministro britânic e o presidente da Polônia, além de reunião com diplomatas, executivos e pesquisadores

Antes de ter teste positivo para covid-19, na última terça-feira (21), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, cumpriu uma intensa agenda em Nova York (EUA) como parte da comitiva levada pelo presidente Jair Bolsonaro para a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Encontrou-se com pesquisadores, executivos e diversas autoridades, entre elas o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e o presidente polonês, Andrzej Duda.

Queiroga, cujo caso de covid é o segundo confirmado na delegação brasileira, acompanhou Bolsonaro em seu discurso no plenário da Assembleia Geral e fez parte do grupo que se reuniu com não só com Duda, mas também com o secretário-geral da ONU, António Guterres.

Entre os integrantes da delegação brasileira estiveram também os ministros Gilson Machado, do Turismo; Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional; Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria-Geral; Joaquim Leite, da Saúde; o chanceler Carlos França e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães.

Na tarde de terça, horas antes de ser diagnosticado, Queiroga visitou o Memorial do 11 de Setembro com a comitiva presidencial, que provocou aglomeração de curiosos, seguranças, jornalistas e apoiadores de Bolsonaro. O ministro está isolado no luxuoso hotel em que a delegação brasileira estava hospedada em Manhattan, e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou que todos aqueles que estiveram na comitiva presidencial façam quarentena ao chegarem no Brasil.

Queiroga usou máscara em todos os eventos públicos que participou nos EUA e já tomou as duas doses da vacina anti-covid, que garantem forte proteção contra casos graves da doença.

Na segunda-feira (20), ele se reuniu com investidores nas dependências do Consulado-Geral do Brasil, onde trabalham, de acordo com funcionários, cerca de 60 pessoas, entre servidores e contratados locais. Todos terão que fazer teste PCR para covid-19. O consulado, que mantinha um esquema de revezamento entre os funcionários até recentemente, havia retomado as atividades de forma 100% presencial justamente na última segunda.

No mesmo dia, só que à tarde, o ministro também fez parte da comitiva que Bolsonaro levou para se encontrar com Boris Johnson, no Consulado-Geral do Reino Unido, e apertou a mão do premier. Na ocasião, Boris elogiou a vacina da AstraZeneca e disse ter tomado as duas doses, o que levou o presidente brasileiro a responder, rindo, que ainda não havia se vacinado e que tinha forte imunidade por já ter contraído a doença — algo sobre que não há consenso científico.

Boris, que estava sem máscara durante a reunião, viajou na terça-feira (21) para Washington, onde se reuniu na Casa Branca com o presidente americano, Joe Biden, também já vacinado contra a covid-19. De segunda para terça-feira, o democrata pernoitou no mesmo hotel da delegação brasileira em Nova York e discursou logo após Bolsonaro na Assembleia Geral.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, reuniu-se na terça com o chanceler Carlos França, outro integrante da comitiva de Bolsonaro fotografado em diversas ocasiões ao lado de Queiroga.

Na segunda, Queiroga reuniu-se também com pesquisadores brasileiros que atuam nos EUA nas dependências da Missão Permanente do Brasil, encontro do qual a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também fez parte. Devido a esta reunião, os diplomatas e demais funcionários que atuam na missão, que ocupa dois andares de um prédio comercial fora das dependências das Nações Unidas, na 3ª Avenida, foram orientados a trabalhar remotamente até segunda ordem. Isso inclui as tratativas brasileiras nas plenárias que acontecem no âmbito da Assembleia Geral da ONU.

O ministro da Saúde também foi um dos convidados do jantar oferecido ao presidente Jair Bolsonaro na residência oficial do representante permanente do Brasil junto à ONU, Ronaldo Costa Filho. Foi nesta ocasião, que Queiroga fez gestos obscenos para manifestantes contrários ao governo.

Horas antes, ele havia almoçado, junto com a comitiva presidencial, em um puxadinho improvisado no lado de fora de uma unidade da churrascaria Fogo de Chão, já que Bolsonaro não pode entrar em salões fechados de restaurantes nova-iorquinos. Pela lei municipal da cidade, apenas pessoas que já tenham tomado ao menos a primeira dose podem frequentar estes espaços, e os estabelecimentos que não cumprirem as regras ficam sujeitos à multa.

Por esta mesma razão, a escolha de jantar do presidente e de sua comitiva na noite do último domingo (19) foi tão comentada. Bolsonaro e seus ministros optaram por comer de pé na calçada de uma pizzaria. Queiroga também fazia parte do grupo presente.

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