Sexta-feira, 04 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 3 de julho de 2025
A Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), por meio de uma parceria com a Polícia Penal, ofereceu duas bolsas de estudo de ensino superior para apenadas do regime semiaberto do Instituto Penal Feminino de Porto Alegre (Ipfpoa).
As contempladas escolheram o curso de Marketing com Ênfase em Mídias Digitais, que será cursado na modalidade a distância (EaD).
A cerimônia de entrega aconteceu na quarta-feira (2), na casa penal, durante o encerramento do projeto de extensão da Universidade “Saúde e bem-estar no cárcere: estratégias de assistência multidisciplinar para mulheres privadas de liberdade no Instituto Penal Feminino de Porto Alegre”.
Em sua fala, o reitor da Ulbra no Rio Grande do Sul, Adriano Chiarani da Silva, lembrou o poder transformador do conhecimento.
“O aprendizado proporciona novas oportunidades. Agradecemos por vocês terem se aberto para essas atividades que foram desenvolvidas. Prossigam no caminho da aprendizagem, pois ela gera liberdade para muitos olhares”, disse.
O projeto foi desenvolvido por alunas da Medicina da Ulbra em Canoas em conjunto com os cursos de Direito, Enfermagem e Teologia. Na atividade, as acadêmicas fizeram encontros semanais na unidade prisional, onde abordaram temas ligados à saúde física e mental, direitos no sistema prisional, espiritualidade, bem-estar e reinserção social.
“O acolhimento que recebemos foi essencial no processo. Com certeza, a formação das alunas ganha um olhar mais humanizado. Elas saem da sala de aula entendendo que são profissionais da saúde que vão atender pessoas independentemente do histórico ou do passado”, afirmou Estela.
“Sabemos que, quando saímos, há muito preconceito. Eu estava sem uma direção e agora sei para onde ir. É um recomeço. Quero trabalhar com vendas e, quem sabe, fazer uma outra faculdade de Psicologia”, comentou a apenada Franciele Lemos, 34 anos.
A outra selecionada foi Luana Vitória Stein da Silva, 26 anos, que gosta muito de cozinhar e pretende seguir no ramo alimentício ao progredir para o regime aberto. “Me senti acolhida e percebi que não estou sozinha. As palestras nos motivaram muito. A graduação vai ser o começo de uma nova história”, emocionou-se.
Durante o projeto, as acadêmicas realizaram debates, leituras, palestras e atividades terapêuticas voltadas à redução do sofrimento emocional, à promoção da saúde mental e ao fortalecimento da ressocialização.