Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 28 de abril de 2025
Apenas 5,2% dos estudantes brasileiros que estavam no 3º ano do ensino médio na rede pública em 2023 apresentaram um nível de aprendizagem em matemática considerado adequado. Na rede privada, esse índice chegou a 30,5%.
Os dados fazem parte de um estudo do Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional) divulgado nesta segunda-feira (28), quando é comemorado o Dia Mundial da Educação. A análise tem como base os dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica de 2023.
As informações indicam que o nível de aprendizagem de matemática voltou a panoramas de mais de uma década atrás. Mesmo que o número tenha subido em relação a 2021 (5%), ainda está abaixo dos 6,9% registrados em 2019, na pré-pandemia, e se iguala a resultados de 2011.
Desempenho em língua portuguesa
Já quando a análise é do desempenho em língua portuguesa por alunos do 3º ano do ensino médio, o resultado é melhor, mas ainda longe do ideal: 32,4% tiveram um nível de aprendizagem adequado.
Embora haja sinais de recuperação em relação a 2021 (31,2%), o número ainda é menor do que o observado em 2019 (33,5%).
A análise do Iede também revela que as desigualdades educacionais por raça e por renda se agravaram nos últimos dez anos. No 9º ano do ensino fundamental, a diferença de desempenho em língua portuguesa entre estudantes brancos/amarelos e pretos/pardos/indígenas subiu de 9,6 pontos percentuais em 2013 para 14,1 pontos em 2023.
Em matemática, a diferença passou de 6,2 pontos percentuais para 8,6. No ensino médio, a distância entre os grupos em português aumentou de 11 para 14 pontos percentuais.
As desigualdades também se refletem no nível socioeconômico. No 5º ano do ensino médio, 61% dos alunos mais ricos atingiram aprendizagem adequada em língua portuguesa, frente a 45% dos mais pobres. Em matemática, os percentuais são de 52% e 32%, respectivamente. Mesmo entre estudantes com perfil socioeconômico semelhante, o desempenho de brancos segue superior ao de pretos e pardos.
Comparação entre as redes privada e pública
As comparações entre as redes mostram diferenças expressivas. No 5º ano, 72,6% dos estudantes da rede privada atingiram o nível adequado em matemática, frente a 43,5% da rede pública. Em língua portuguesa, a diferença foi de 27,4 pontos percentuais. No ensino médio, os dados do Iede mostram que 8% dos estudantes brancos alcançaram o nível adequado em matemática, contra 3% dos alunos pretos.