Domingo, 15 de junho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 3 de janeiro de 2024
Apesar de ser apelidado de “colesterol bom” por causa de seus benefícios cardiovasculares, o colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL) foi associado a um aumento de risco de até 42% para demência em idosos com níveis muito elevados de HDL, segundo estudo publicado em uma revista científica da Lancet, a Lancet Regional Health – Western Pacific.
Embora ajude a remover o colesterol das artérias das pessoas, os pesquisadores escreveram que, em níveis muito altos, a estrutura e as ações do HDL mudam e ele “pode se tornar prejudicial à saúde” de várias maneiras. Por mais de seis anos, eles acompanharam 18.668 participantes do estudo, todos com 65 anos ou mais e todos fisicamente e cognitivamente saudáveis no início da pesquisa. Nesses anos, a demência cognitiva foi diagnosticada em 850 participantes (4,6%). Aqueles com níveis muito elevados de HDL tinham mais chances de desenvolver demência do que aqueles com níveis de HDL considerados normais.
Por exemplo, os participantes mais velhos com níveis elevados de HDL (aqueles com 75 anos ou mais) tiveram 42% mais chances de desenvolver demência do que aqueles com níveis normais de HDL e, no geral, qualquer pessoa com níveis elevados de HDL teve um aumento de risco de 27% para demência.
Em adultos, é considerado saudável um nível de HDL de 40 mg/dL ou superior para homens e 50 mg/dL ou superior para mulheres. No estudo, níveis de 80 mg/dL ou superiores de HDL foram considerados muito elevados. Os pesquisadores escreveram que o aumento do risco de demência a partir de níveis elevados de HDL “pareceu ser independente de fatores de risco de demência tradicionais, incluindo nível de atividade física, consumo de álcool, educação, diabetes ou tabagismo”, bem como influências genéticas.
Os pesquisadores indicaram que a razão para a ligação entre níveis elevados de HDL e risco de demência era “incerta” e que mais estudos seriam necessários para explicar a conexão.
E o LDL?
Em inglês, a sigla LDL vem de low density lipoprotein, ou lipoproteína de baixa densidade. E, a bem da verdade, essa molécula não é um colesterol.
O que ela faz é carregar as partículas de colesterol do fígado e de outros locais para as artérias. Ou seja, se anda em excesso na circulação, ela provoca um acúmulo nos vasos que pode, com o tempo, entupi-los ou formar trombos. Esse é o estopim para o infarto e o acidente vascular cerebral.
As taxas ideais de LDL variam de pessoa para pessoa, segundo a diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Quem tem maior risco de sofrer um ataque cardíaco deve mirar níveis especialmente baixos dessa molécula. Mudanças no estilo de vida e remédios entram em cena para controlá-los.