Segunda-feira, 21 de julho de 2025

Apoiadores de Bolsonaro protestam em Brasília, após decisão de Alexandre de Moraes

Centenas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fizeram nesse domingo (20), em Brasília, um protesto contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e o presidente Lula, e a favor do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O ato, que percorreu parte do Eixão da Asa Sul, região central da capital federal, foi organizado por políticos de direta como a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e a deputada Bia Kicis (PL-DF).

Aos gritos de “presidente Trump, contamos com você”, “a culpa é do Lula”, “anistia já”, “fora Moraes” e “Moraes ditador”, entre outros, os manifestantes encerraram o ato no final da manhã, após discurso dos políticos.

As menções a Trump se devem à esperança de setores do bolsonarismo de que os Estados Unidos forcem as autoridades brasileiras a anistiar os acusados de tramar um golpe de estado fracassado contra Lula, incluindo Jair Bolsonaro.

Além de roupas e bandeiras do Brasil, havia bandeiras dos Estados Unidos, de Israel e do Brasil Império.

A concentração foi em frente à sede do Banco Central. Os manifestantes começaram a caminhar por volta das 10h15. Andaram cerca de 1km rumo ao sul e depois voltaram para o ponto de partida

Os manifestantes iniciaram a dispersão por volta das 11h15, depois de cantar o hino nacional e orar. Um dos líderes do ato disse aos participantes que a reza era importante porque estavam em uma guerra espiritual.

Os participantes também comemoraram o informe de revogação do visto americano de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). O governo Donald Trump anunciou na sexta (18) a proibição da entrada nos Estados Unidos de Moraes, de parentes e de “seus aliados” na corte.

A punição ocorreu após o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ter feito um périplo por Washington em busca de punições ao ministro do STF nos últimos meses.

O anúncio foi feito pelo secretário de Estado, Marco Rubio, em rede social. “Ordenei a revogação de visto para Moraes e seus aliados na corte, assim como para familiares diretos, imediatamente”, disse.

A ordem do governo americano foi anunciada no mesmo dia em que Bolsonaro foi alvo de ação da Polícia Federal justamente sob a acusação de atentar contra a soberania do Brasil ao articular medidas no exterior. O ex-presidente está obrigado a usar tornozeleira eletrônica e não pode se aproximar de embaixadas e consulados estrangeiros.

“O meu visto jamais será cassado!”, gritavam os manifestantes no fim do ato. Essas palavras de ordem eram entoadas no mesmo ritmo que “a nossa bandeira jamais será vermelha”, um canto recorrente em atos bolsonaristas.

Desde a gestão Bolsonaro (2019-2022) Moraes é visto por bolsonaristas como um dos principais inimigos do ex-presidente e de seus aliados. Ele foi escalado como relator dos principais inquéritos que miraram bolsonaristas e presidiu o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na eleição presidencial de 2022, vencida por Lula. Com informações da Folha de São Paulo

Uma primeira ação de Trump a reboque da pressão da família Bolsonaro ocorreu no último dia 9 de julho, quando o presidente americano anunciou um tarifaço ao Brasil sob a justificativa de que Bolsonaro estaria sendo perseguido pelo STF com a conivência do presidente Lula.

A família Bolsonaro passou então a condicionar o fim das sobretaxas aos produtos brasileiro a uma anistia ampla a ser aprovada no Congresso para livrar da prisão e de condenações os participantes do ataque golpista do 8 de Janeiro e os acusados pela trama golpista de 2022 para impedir a posse de Lula.

Bolsonaro, inelegível até 2030 por condenações na Justiça Eleitoral, é apontado na investigação como o líder da trama e deve ser julgado ainda neste ano.

Caso seja condenado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado, a pena pode passar de 40 anos de prisão. Com informações da Folha de S. Paulo

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