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Por Redação do Jornal O Sul | 29 de setembro de 2021
Anunciado na terça-feira (28), em Brasília, o apoio do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) nas prévias do PSDB ajuda a campanha do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, a ter condições de igualdade na disputa com João Doria.
O governador paulista teve uma vantagem inicial por comandar o maior Estado do País, onde está a maior parte dos filiados ao PSDB, um dos quatro grupos do colégio eleitoral tucano. Por outro lado, Leite já conseguiu o apoio de sete diretórios estaduais — seu adversário tem o endosso de cinco.
Como os Estados têm números diferentes de filiados e políticos eleitos, que formam os outros três grupos do colégio eleitoral, o apoio conquistado pelos dois candidatos é parecido quando se analisa o peso total dos Estados na votação interna.
Os sete Estados que declararam apoio a Leite (Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia, Ceará, Alagoas e Amapá) têm peso de 33,36% nas prévias, segundo levantamento interno do PSDB. Já os cinco diretórios que fecharam com Doria (São Paulo, Pará, Distrito Federal, Acre e Tocantins) correspondem a 30,89%. Os outros Estados não se posicionaram. A projeção não é totalmente precisa porque há dissidências, para um lado e para outro, dentro de cada Estado.
Com a influência de Tasso no Nordeste, aliados acreditam que Leite poderia ampliar seu alcance na região. Durante o ato em que confirmou apoio a Leite, o senador cearense afirmou que se somar seus aliados somados aos de Leite rendem um apoio de 80% dos comandos nos Estados.
“Não estou exagerando. Quem conhece sabe bem disso”, completou.
Apesar do otimismo de Tasso, a disputa segue aberta. Doria tem apoios encaminhados no Rio Grande do Norte e no Espírito Santo.
Estados onde a cúpula local já tomou lado registram dissidências. Nos próximos dias, Doria terá um evento em Belo Horizonte em uma tentativa de conseguir votos mineiros. Controlado por aliados de Aécio, o diretório de Minas apoia o gaúcho.
Já Leite vai a Santa Catarina, onde o diretório tenta adiar a decisão de fechar questão. Aliados do gaúcho fazem pressão com ajuda de caciques da política local. No entanto, o secretário de Turismo de São Paulo, Vinicius Lummertz, que também é de Santa Catarina, afirma que o diretório de Joinville está com Doria.
Nos bastidores, tucanos afirmam que a ascensão de Leite no partido se deve mais à rejeição a Doria do que ao mérito do governador do Rio Grande do Sul, que é considerado jovem para uma disputa nacional. O coordenador da campanha de prévias de Doria, Wilson Pedroso, suavizou o impacto do apoio de Tasso a Leite. “Ainda temos um período grande até a votação interna do partido e articulações são bem-vindas”.
O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), de saída do PSDB, tem ajudado a viabilizar a candidatura de Leite:
“O Alckmin está nos ajudando. Isso com certeza. Ele ainda tem muita influência no partido”, disse Tasso.
Ao comentar a possível saída de Alckmin do partido, Leite disse que o respeita:
“Ele tem muito a cumprir pelo seu Estado.”