Segunda-feira, 29 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 28 de setembro de 2025
O esforço dos bombeiros acionados por Jair Bolsonaro para tentar diminuir a temperatura da briga pública entre Eduardo Bolsonaro e Valdemar Costa Neto finalmente fez efeito e produziu uma trégua entre o deputado e o presidente do PL.
Após ataques mútuos em público e nos bastidores, Valdemar procurou a equipe da coluna e declarou que Eduardo merece todo o apoio dele e do partido. Aliados do deputado, por outro lado, disseram que a crise entre eles está resolvida.
“O que ele está fazendo pelo pai é para a gente louvar, porque não é fácil o que ele está passando”, afirmou o dirigente. “Se for ele o escolhido por Jair Bolsonaro para ser o candidato em 2026, terá todo o nosso apoio.”
As declarações de Valdemar representam uma guinada radical em relação ao que ele mesmo disse sobre a possibilidade de Eduardo insistir em se candidatar à Presidência contra a vontade de Bolsonaro. “Não acredito que ele brigue com o pai. Vai ajudar a matar o pai de vez?”, disse ele.
Em resposta, o deputado chamou a fala do dirigente de “canalhice” e cobrou um pedido de desculpas. Valdemar, por sua vez, esticou ainda mais a corda.
“Canalhice é xingar o próprio pai e pensar que tem votos. Os votos são do seu pai, não seus. Mas, se o seu pai te escolher, vai ter o apoio do partido. Diferente de você, respeito muito seu pai”, retrucou o presidente do PL em referência aos diálogos divulgados pela Polícia Federal (PF) nos quais o 03 ofende Jair Bolsonaro.
Diante do impasse entre o filho e Valdemar, Jair Bolsonaro pediu aos aliados que o visitaram, incluindo o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, para convencerem Eduardo a não atacar mais Valdemar.
Na iminência de iniciar o cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses pela trama golpista em regime fechado, Bolsonaro teme que as intrigas públicas prejudiquem a articulação pela anistia bolsonarista no Congresso e a costura de uma chapa presidencial competitiva em 2026 com um integrante da família como candidato a presidente ou a vice.
Além disso, o ex-presidente percebeu que o clima no PL em relação ao deputado é ruim, já que muitos o responsabilizam pela crise provocada pelo tarifaço – e a subsequente alta na popularidade de Lula nas pesquisas.
Apesar do pedido de Bolsonaro, porém, Eduardo e Valdemar ainda trocaram algumas acusações nos bastidores e por meio de interlocutores.
Tudo porque, conforme relatamos no blog, entre os aliados do presidente do PL o que se dizia é que o inconformismo de Eduardo tinha a ver com pedidos de ajuda financeira que ele teria feito ao partido e que não teriam sido aceitos.
De acordo com esses interlocutores, havia uma promessa de Valdemar de criar uma secretaria internacional do PL para Eduardo que nunca foi cumprida – e a discussão sobre a criação de uma representação internacional do partido que tampouco foi criada.
Eduardo também não gostou de saber do que se comentava no PL e mandou por meio de intermediários recados a Valdemar. O deputado mandou dizer que não queria nenhuma ajuda financeira, só distância do dirigente partidário.
Depois de algumas trocas de mensagens ácidas, porém, os dois lados concordaram em parar de brigar – pelo menos em público.
Valdemar então procurou a equipe da coluna e pediu que fosse registrada sua nova posição sobre Eduardo. Segundo ele, a declaração de que o deputado iria “matar o pai” sendo candidato contra a vontade dele foi um erro.
O presidente do PL disse inclusive que se ofereceu para mandar dinheiro a Eduardo pelo partido, mas que Bolsonaro teria dito que não precisava porque já tinha enviado parte do recursos arrecadados com doações via pix.
“Tenho certeza inclusive de que os deputados do partido todos dariam uma parte de seu salário para ajudar a custear as despesas de Eduardo lá. Se ele quiser, podemos fazer isso”, disse Valdemar.
Nós procuramos Eduardo e seus aliados, que disseram que, diante dessas declarações de Valdemar, a polêmica está encerrada. Resta saber até quando. (Com informações de Malu Gaspar, do portal O Globo).