Quarta-feira, 09 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 27 de julho de 2022
Nove dias após o presidente Jair Bolsonaro ter reunido embaixadores no Palácio da Alvorada, em Brasília (DF), para atacar as urnas eletrônicas, o processo eleitoral e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, quebrou o silêncio sobre o episódio.
Sem mencionar o encontro com os embaixadores, Lira disse — em discurso durante a convenção do PP que aprovou a coligação com o PL e o apoio à reeleição do presidente — confiar no sistema eleitoral e defender a democracia e eleições transparentes. Aliado de Bolsonaro, ele não havia se manifestado desde então sobre as declarações do presidente.
“Nesses últimos dias — eu não queria aproveitar o momento, formal e festivo, para fazer qualquer tipo de justificativa pública ou privada —, mas eu queria só deixar um recado bem claro, óbvio. E quem me conhece de maneira transparente e reluzente, como a gente diz no Nordeste, a Câmara dos Deputados fala quando é necessário falar. Não quando querem obrigá-la a falar. Eu dei mais de 20 mensagens mundo afora e no Brasil de que sempre fui a favor da democracia e de eleições transparentes e confio no sistema eleitoral”, disse Lira.
Ele ainda complementou: “Não precisa qualquer movimento público ou político fazer com que isso se apresente de maneira sempre necessária. Instituições no Brasil são fortes, perenes e não são e nunca serão redes sociais. Não podemos banalizar as palavras das autoridades no Brasil. Não farão isso com a Câmara enquanto eu for presidente”, declarou.
Na convenção em que foi aprovada a coligação do PP com o PL, Bolsonaro também disse defender a democracia. Após os seguidos ataques do presidente às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral, nesta semana foi divulgada uma carta em defesa da democracia e do processo eleitoral que já conta com 100 mil assinaturas.
“Defendemos a democracia. Não precisamos de nenhuma cartinha para falar que defendemos a democracia. Não precisamos, então, de apoio ou de sinalização de quem quer que seja para mostrar que o nosso caminho é a democracia, a liberdade, é o respeito à Constituição”, afirmou Bolsonaro.