Sábado, 18 de outubro de 2025

Após Deltan Dallagnol, Sergio Moro também questiona delação no caso Marielle: “Que cheguem no mandante e mordam a língua”

O senador Sergio Moro (União-PR) questionou a receptividade da esquerda em relação ao uso da delação premiada no caso da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018 na cidade do Rio de Janeiro. A declaração foi dada após o ex-policial militar Élcio Queiroz ter feito delação premiada à Polícia Federal sobre o crime.

“A colaboração premiada, apesar de demonizada pelo PT, revelou as roubalheiras na Petrobras durante o governo Lula, e agora é invocada pelo PT para confirmar o que já sabíamos, que Lessa é o suspeito do assassinato de Marielle. Espero que cheguem no mandante e mordam a língua ao criticarem métodos modernos de investigação”, disse o senador, referindo-se às críticas feitas pelo PT durante a operação.

Mais cedo, o ex-procurador Deltan Dallagnol também havia questionado o uso da delação na resolução do assassinato da vereadora carioca e do seu motorista, Anderson Gomes.

“Delação agora é prova? Até ontem, o PGR tava desdenunciando e o STF tava desrecebendo denúncias adoidado contra corruptos sob o fundamento de que apenas a delação não é suficiente. Alguma lei deve ter mudado… Ou o que mudou foi a capa dos autos? ????”, ironizou o ex-procurador, acrescentando que “a esquerda, os garantistas de ocasião e os prerrogativistas todos festejerão o que até ontem eles criticavam na Lava Jato”.

Resposta

O Prerrogativas, grupo formado por advogados e juristas, rechaçou as alegações de Moro e Dallagnol sobre o uso de delações premiadas na investigação do assassinato de Marielle Franco.

Para o Prerrogativas, as delações no caso Marielle não foram conduzidas conforme o modus operandi da Lava Jato. O coletivo se referiu aos críticos como “cínicos, oportunistas, insensíveis e cruéis”.

“Não foram ‘sugeridas’ por juízes , promotores ou por delegados da Polícia Federal. Não foram, e nem poderiam ser, o único ou até mesmo o mais importante meio de prova. Não foram obtidas por tortura de qualquer natureza… Não foram vulgarizadas, monetizadas ou premiadas no velho costume da chamada República de Curitiba. Foram apenas mais um elemento em uma investigação que já dura anos e que envolve inúmeras instituições, entre as quais o próprio Ministério Público do Rio de Janeiro”, diz uma nota emitida pelo grupo.

Em referência a Moro, os advogados apontam que o “juiz-jogador” não priorizou as investigações sobre a morte de Marielle após assumir o Ministério da Justiça sob Jair Bolsonaro, definido como “um presidente blindado pelo ministro que vestiu a capa do Batman e que tanto envergonhou e envergonha o nosso sistema de Justiça”.

“As indignações de Moro e de Deltan, sempre seletivas, deveriam se voltar contra o assassinato odioso da nossa querida vereadora Marielle, vítima de um ódio que eles próprios ajudaram a inocular na sociedade”, prossegue o Prerrogativas. “Mas, como diz o sábio ditado popular, de onde nada se pode esperar, nada pode vir realmente… A eles, o destino que se espera. Sairão da vida pública pela porta dos fundos da históri. Exatamente como entraram.”

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