Sábado, 02 de agosto de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 1 de agosto de 2025
Após a fala em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou a possibilidade de um contato, o presidente Lula afirmou que está “aberto ao diálogo”.
Brasil e Estados Unidos estão no meio de uma crise comercial e ideológica após o governo americano impor um tarifaço de 50% aos produtos brasileiros e sancionar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com punições financeiras por meio da Lei Magnitsky.
“Sempre estivemos abertos ao diálogo. Quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições. Neste momento, estamos trabalhando para proteger a nossa economia, as empresas e nossos trabalhadores, e dar as respostas às medidas tarifárias do governo norte-americano”, escreveu Lula nas redes sociais.
Trump disse mais cedo que Lula pode ligar para ele “quando quiser”. A afirmação foi dada em resposta sobre a possibilidade de diálogo entre os dois líderes.
“Ele pode falar comigo quando quiser”, disse o republicano.
Perguntado sobre a tarifa de 50% aplicada contra produtos brasileiros, Trump não deu detalhes, mas afirmou que “as pessoas que estão comandando o Brasil fizeram a coisa errada”. Apesar da crítica, Trump disse que “ama o povo do Brasil” e evitou antecipar qualquer medida.
“Vamos ver o que acontece”, afirmou.
Trump assinou na última quarta-feira uma ordem executiva implementando uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, somando-se aos 10% anunciados em abril e elevando o total da tarifa para 50%.
Em vez de entrar em vigor no dia 1º de agosto, como havia sido anunciado por Trump, o decreto adia a implementação para 6 de agosto.
Além disso, o decreto estabelece uma longa lista de quase 700 exceções — entre os 4 mil itens que o Brasil exporta para os EUA — a essa tarifa adicional de 40%, entre elas aviões da Embraer, peças aeronáuticas (como turbinas, pneus e motores), suco de laranja, castanhas, vários insumos de madeira, celulose, ferro-gusa, minério de ferro, equipamentos elétricos e petróleo, que já vinha sendo tirado das listas de tarifas dos EUA para os países.
Por outro lado, café, cacau, carne e frutas, alguns dos principais itens da pauta de exportação brasileira, não estão na lista de exceções e devem ser tarifados. Dessa forma, o tarifaço de Trump, apesar do impacto menor que o esperado devido às exceções, tem ainda potencial de afetar substancialmente as exportações brasileiras.
(Com informações do jornal O Globo)