Domingo, 09 de novembro de 2025

Aposta em manutenção da Selic em maio ganha força no mercado

Na esteira de um tom mais conservador adotado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) na decisão desta semana, o mercado ajusta suas apostas quanto ao início do ciclo de flexibilização da Selic e, assim, a probabilidade de manutenção da taxa de juros em maio ganha força adicional.

No mercado de opções digitais, na B3, a probabilidade de manutenção da Selic em 13,75% na reunião de maio subia de 67% para 86%. Vale lembrar que, no início da semana passada, os temores de uma crise bancária global levaram o mercado a colocar no preço apenas 58% de chance de manutenção da Selic em maio, contra 42% de possibilidade de alguma redução no juro básico.

Os recados do BC

Segundo economistas, o comunicado trouxe alguns recados importantes a serem considerados pelo mercado para a trajetória da Selic. Entre eles:

– Incertezas fiscais ainda pairam sobre o país;
– Houve aumento das expectativas de inflação para 2023 e 2024;
– Não há perspectiva de corte de juros;
– A conjuntura internacional é monitorada.

Incertezas fiscais

Uma das principais mensagens do Copom, segundo especialistas, foi que o governo ainda precisa caminhar com o quadro fiscal do País. No comunicado, o Comitê ressalta, por exemplo, que a recente reoneração dos combustíveis reduziu a incerteza dos resultados fiscais de curto prazo, mas ainda aponta preocupação com “horizontes mais longos”.

Para o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BC Henrique Meirelles, o trecho chama atenção para as contas públicas. “Situação fiscal colabora para a inflação. Nesse caso, a reoneração diminui um pouco o déficit”, disse.

Na prática, a leitura é que, apesar de trazer um aumento de receita para o governo, a volta dos tributos ainda não é suficiente para zerar as incertezas fiscais do país.

Corte de juros

Com o aumento das expectativas para a inflação e em meio às incertezas fiscais que continuam a pesar na política monetária, a leitura dos economistas é de que ainda não há espaço para um eventual corte de juros por parte do Banco Central.

De acordo com o economista da XP Investimentos, Rodolfo Margato, algumas partes do comunicado enfatizam esse posicionamento mais duro da autoridade monetária. A principal é quando o colegiado afirma que segue “vigilante” e avaliando se a manutenção da Selic por um período maior será capaz de assegurar a convergência da inflação.

No comunicado, o Comitê reforçou que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.

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