Sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Armadilha nem sempre “saudável”: especialistas alertam para risco de bebidas e alimentos “diet”

A busca por um estilo de vida equilibrado fez com que muitas pessoas passassem a trocar produtos com açúcar por versões diet ou adoçadas artificialmente. No entanto, essa escolha, vista como mais saudável, vem sendo alvo de debates entre médicos e nutricionistas.

Pesquisas recentes, como a conduzida pela Universidade Monash, na Austrália, indicam que o consumo frequente de adoçantes artificiais pode alterar o metabolismo da glicose e até afetar o microbioma intestinal. Essas descobertas levantam dúvidas sobre a segurança do uso prolongado dessas substâncias.

No Brasil, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) lembra que não há consenso científico que comprove riscos diretos. Em muitos casos, o que se observa é a chamada “causalidade reversa”: pessoas já com tendência a desenvolver diabetes, obesidade ou resistência insulínica acabam optando por adoçantes, o que pode distorcer a interpretação dos estudos.

Solução ou armadilha?

Apesar das divergências, há pontos em comum entre especialistas. Produtos diet continuam sendo ultraprocessados, com aditivos e baixo valor nutricional. Ou seja, “sem açúcar” não é sinônimo de “mais saudável”.

Entre os riscos apontados, o uso constante de adoçantes pode alterar os sinais de saciedade, levando ao consumo excessivo de calorias, além de manter o paladar condicionado ao doce e dificultar mudanças de hábito alimentar. Há também evidências de impacto sobre a microbiota intestinal, com efeitos negativos no metabolismo e até na perda de peso.

Em algumas situações, como no caso dos refrigerantes, substituir o açúcar por adoçante pode representar um avanço. Já em sobremesas, chocolates e biscoitos, o valor calórico das versões diet muitas vezes se aproxima das tradicionais, criando a falsa impressão de que se pode comer sem limites.

O que dizem as organizações de saúde

– OMS (2023): desaconselha o uso de adoçantes como estratégia para controle de peso.

– SBEM, SBD e Abeso: afirmam que os adoçantes podem ajudar na redução do açúcar, mas não oferecem ganhos nutricionais.

– Associação Americana de Diabetes (2025): admite o uso como substituto, mas reforça que a prioridade deve ser a água e bebidas naturais.

Caminhos mais sustentáveis

Nutricionistas recomendam que, em vez de substituir açúcar por adoçante, o ideal seja investir em reeducação alimentar, reduzindo a dependência do sabor doce e aprendendo a valorizar o gosto natural dos alimentos.

Opções simples e nutritivas podem ajudar nessa transição: iogurte natural com frutas frescas, smoothies de banana e morango, panquecas feitas com fruta madura, além de bebidas como chá gelado natural, kombucha artesanal ou água com gás aromatizada com pedaços de frutas.

Mais importante do que excluir totalmente o açúcar é construir uma relação equilibrada com a comida, sem restrição exagerada nem culpa. O foco, segundo especialistas, deve estar na variedade, na autonomia alimentar e no prazer de comer de forma consciente.

(Com O Globo)

 

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