Terça-feira, 21 de outubro de 2025

Armas furtadas do Exército Brasileiro dão 550 tiros por minuto. Metralhadoras que sumiram de quartel são do tipo usado em guerra e cobiçadas por facções criminosas

Metralhadoras Browning calibre .50, como as furtadas de um quartel do Exército em Barueri, na Grande São Paulo, na semana passada, são armas usadas em guerras e com alto poder destrutivo, sendo capazes de disparar até 550 tiros por minuto, segundo especificações técnicas. As Forças Armadas investigam como 13 unidades desse tipo foram furtadas do arsenal do Comando Militar do Sudeste, que mantém centenas de militares aquartelados enquanto faz a apuração.

O Exército diz que o equipamento estava inservível e havia sido recolhido para manutenção, mas não esclareceu qual era o problema das armas e se o defeito poderia ser consertado por criminosos. Por seu alto poder de fogo, metralhadoras .50 passaram a ser cobiçadas por facções criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV), que têm armeiros especializados. Elas estiveram presentes em ocorrências como o assassinato do Rei da Fronteira, o megatraficante Jorge Rafaat Toumani, entre o Brasil e o Paraguai, em 2016, na disputa pelo controle de rotas de tráfico de drogas.

Documentos técnicos das Forças Armadas apontam que a .50 pesa 38,1 kg, sem contar outros 20 kg do tripé que acomoda o armamento no solo. Ela tem 1,75 m de comprimento e atinge alvos com eficácia a mais de 1 km. É considerada não portátil, mas, além do solo, pode ser instalada em veículos terrestres e aquáticos e possui suportes voltados a alvos aéreos a baixa altitude.

O gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani, disse que o preço de uma metralhadora .50 como as roubadas em Barueri ultrapassa R$ 200 mil no mercado ilegal. “É muito buscada, pois dá uma grande vantagem tática para as quadrilhas”, completou. Além do caso contra o Rei da Fronteira, o armamento foi usado em um roubo milionário da transportadora Prosegur em Ciudad del Este em 2017, lembrou ele.

Sobre o fato de estarem em manutenção, Langeani pontuou que isso não reduz a gravidade da ocorrência. O crime organizado, disse ele, tem em seus quadros armeiros (geralmente recrutados das polícias e forças armadas) capazes de fazer com que estas armas voltem a ser operacionais.

Em nota na última sexta-feira (13), o Comando Militar do Sudeste disse ter feito inspeção no dia 10 de outubro, quando verificou “discrepância no controle” do armamento e que foi instaurado Inquérito Policial Militar. Pelo Twitter, o secretário de Segurança de SP, Guilherme Derrite, disse lamentar o furto e que a polícia não mediria esforços para auxiliar nas buscas das armas. Até ontem não havia atualização da ocorrência.

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