Quarta-feira, 09 de julho de 2025

As exportações da China estão aumentando. Prepare-se para a reação global

As exportações das fábricas chinesas estão avançando mais rápido do que quase todos esperavam, colocando em risco empregos em todo o mundo e desencadeando uma reação que está ganhando força.

De aço e carros a eletrônicos de consumo e painéis solares, as fábricas chinesas estão encontrando mais compradores no exterior para seus produtos. O apetite do mundo por seus produtos é bem-vindo pela China, que está sofrendo uma grave desaceleração no que foi o maior motor de crescimento da economia: a construção e a venda de apartamentos. Mas outros países estão cada vez mais preocupados com o fato de a ascensão da China estar ocorrendo, em parte, às suas custas, e estão começando a tomar medidas.

A União Europeia anunciou na semana passada que estava se preparando para cobrar tarifas, que são impostos de importação, sobre todos os carros elétricos que chegam da China. A União Europeia disse ter encontrado “evidências substanciais” de que as agências governamentais chinesas estavam subsidiando ilegalmente essas exportações, algo que a China nega.

O valor das tarifas não será definido até o verão, mas será aplicado a qualquer carro elétrico importado pelo bloco a partir de 7 de março.

Durante uma visita a Pequim em dezembro, os líderes europeus alertaram que a China está compensando sua crise habitacional com a construção de muito mais fábricas do que o necessário.

A China já produz um terço dos produtos manufaturados do mundo, mais do que os Estados Unidos, Alemanha, Japão e Coreia do Sul juntos, de acordo com a Organização de Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas.

Restrições

A União Europeia também está pensando em impor restrições à importação de turbinas eólicas e painéis solares da China. A Índia anunciou em setembro passado que imporia amplas tarifas sobre o aço da China. A Turquia tem se queixado de que a China está enviando exportações de forma desequilibrada e comprando pouco.

O governo Biden, que manteve em vigor as tarifas do ex-presidente Donald Trump, impôs uma lista cada vez maior de restrições às exportações americanas de alta tecnologia.

“Eu me certifiquei de que as tecnologias americanas mais avançadas não possam ser usadas na China, não permitindo que sejam comercializadas lá”, disse o presidente Biden em seu discurso sobre o Estado da União.

Estratégia

A China encontrou maneiras de contornar algumas tarifas. Os componentes chineses vão em volumes cada vez maiores para países como Vietnã, Malásia e México. Esses países processam as mercadorias para que elas sejam consideradas como seus próprios produtos e não como fabricadas na China. Em seguida, esses países enviam as mercadorias para os Estados Unidos e a União Europeia, que cobram tarifas baixas ou até mesmo nenhuma tarifa.

Os superávits da China em produtos manufaturados são agora aproximadamente duas vezes maiores, em relação à economia global, do que os maiores superávits alcançados pelo Japão durante a década de 1980 ou pela Alemanha logo antes da crise financeira global, de acordo com os cálculos de Brad Setser e Michael Weilandt, economistas do Council on Foreign Relations em Nova York.

Os déficits com o Japão e a Alemanha foram tolerados por muito tempo porque eles são aliados dos Estados Unidos.

Mas a China é um aliado cada vez mais próximo da Rússia, da Coreia do Norte e do Irã. O ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, mencionou calorosamente os três, especialmente a Rússia, em uma coletiva de imprensa na semana passada.

Os economistas ocidentais, e até mesmo alguns economistas na China, têm pedido que a China faça mais para ajudar os consumidores em vez de aumentar a produção das fábricas. O primeiro-ministro Li Qiang, a segunda maior autoridade da China depois de Xi Jinping, disse ao legislativo em seu discurso anual na semana passada que iria se mover nessa direção, mas seus passos foram pequenos.

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