Terça-feira, 03 de dezembro de 2024

Às vésperas de completar 95 anos, Fernanda Montenegro abre o coração sobre seus amores, segredos e lembranças

Fernanda Montenegro, uma das artistas mais celebradas do Brasil, acumula paixões que marcam sua trajetória: a arte, a família e o amor eterno por seu companheiro de vida, o ator Fernando Torres, que faleceu em 2008. Essas histórias são revisitadas no episódio de “Tributo”, que estreia no Globoplay no dia 16 de outubro – no dia em que a atriz completa 95 anos – e será exibido na TV Globo no dia 17, após a novela “Mania de você”.

“Fazemos parte da história cultural da televisão brasileira. Eu comecei em dezembro de 1950 na TV Tupi. Havia um grande elenco, todos muito jovens, e hoje estamos aí a beira dos 100 [anos]. As nossas biografias são muito bonitas, porque são biografias de resistência”, celebra Fernanda.

Fernanda também fala sobre a criação do nome artístico que a acompanha desde o início de sua carreira e reflete sobre como equilibra a celebridade com a pessoa por trás dela: “Sou, ao mesmo tempo, Arlette Pinheiro Monteiro Torres e Fernanda Montenegro. Uma é a chamada de uma arte, de uma profissão. A outra, sou eu de porta fechada, sólida, dentro de casa. Será que isso é sadio? Não sei! Mas é desafiador. E já que estou com essa idade, tenho sobrevivido”.

Apesar de ser uma das pioneiras da televisão, Fernanda não esconde sua verdadeira devoção ao palco, como destaca sua filha, Fernanda Torres: “Ela é um ser totalmente do presente. E trabalha mais do que nós todos: é chamada para filme, novela, peça, debate e comerciais. É requisitadíssima. E dá conta. Ao mesmo tempo, há atrás dela uma corrente de pessoas e de experiências. Como traduzir isso? Talvez seja o preço de viver muito, lucidamente”, elogia Fernanda Torres.

Tributo percorre marcos importantes da carreira de Fernanda, como a fundação da Companhia Teatro dos Sete, em 1959, onde trabalhou ao lado de Fernando Torres, Sergio Britto, Ítalo Rossi e o diretor Gianni Ratto. O episódio também revisita sua atuação icônica em “Central do Brasil” (1998), de Walter Salles, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz. Sobre o prêmio, ela brinca: “Jamais pensei que iria levar esse negócio. Mesmo que não pegue a estatueta, aquilo já bota você no noticiário. Eu assisti como se estivesse em uma fantasia. Sabia que não ia levar nada, mas estive lá. Eu sou obediente, às vezes”, brinca.

O especial é entrelaçado por leituras de poemas e textos de autores renomados e inclui uma homenagem tocante ao companheiro Fernando: “Sem Fernando, a minha vida não se cumpriria. Do nosso mais profundo pacto de existir, vieram dois filhos maravilhosos [além de Fernanda Torres, ela é mãe do cineasta Claudio Torres], que também são referências dentro do nosso processo artístico. Tenho que agradecer, viu Fernando, a você”.

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