Terça-feira, 09 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 8 de setembro de 2025
O pastor Silas Malafaia, que organizou o ato pró-Bolsonaro no último domingo (7), disse à coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, que ficou “indignado” quando viu a bandeira norte-americana ser aberta em plena Avenida Paulista no dia em que se celebrava a Independência do Brasil.
“A minha vontade era pedir para arrancar (a bandeira). Esse pessoal não tem noção nenhuma”, afirma o religioso.
“Eu fiquei tão indignado quando vi aquela bandeira que você não queira nem (saber)”, segue. “Eu sou contra bandeira americana na nossa manifestação. Eu sou 100% contra”.
“Parece que eu estava adivinhando que a (TV) Globo, que são uns bandidos, tiraria uma foto grande com a bandeira (norte-americana)”.
Além de veículos do grupo Globo, diversos outros, como a Folha de S.Paulo, publicaram a imagem da bandeira dos Estados Unidos sendo aberta e carregada por manifestantes na avenida.
“O povo chegou na manifestação às 13h, ficou até 17h30. A bandeira ficou estirada lá por poucos minutos. Mas foi a foto que eles (veículos de imprensa) queriam”, diz o pastor. “Foto grande com a turma do PT toda de vermelho (em manifestações) não tiram!”
Depois de criticar a abertura da bandeira, Malafaia enviou novo áudio à coluna dizendo desconfiar de armação da esquerda.
“Posso te falar uma verdade? A minha ficha está caindo. Quem é que vai me dizer que não foi a turma da esquerda que estava ali e estendeu (a bandeira dos EUA)? Que não foi a própria esquerda que plantou isso para tentar desmoralizar o nosso evento, que era patriota, de 7 de Setembro? Foi muita coincidência esse negócio”, afirma ele no áudio.
“Não sei se não foi uma armação, sabe? Pode ser até (iniciativa) de gente nossa mesmo, de bolsonarista, de gente que não pensa. E pode ser de ‘nego’ da esquerda. Eles são terríveis”, diz.
Malafaia afirma ainda que, no momento em que viu a bandeira dos EUA na avenida Paulista, estava “preocupado com o evento, nem me preocupei (em saber) como estenderam uma bandeira bem perto (do caminhão de som em que estavam as autoridades)”.
“Mas eu prometo uma coisa: qualquer outra manifestação que eu estiver no comando, quero ver quem vai estender uma bandeira americana”, diz ele.
O líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), diz que “o estrago dessa imagem foi grande, e Malafaia tenta explicar o inexplicável. Tinha bandeira no Rio de Janeiro, boneco do (Donald) Trump em outras manifestações”.
“Ele pensa que as pessoas são idiotas ao tentar culpar a esquerda. Essa é a política deles mesmos, tanto que o (deputado federal) Eduardo Bolsonaro está elogiando a bandeira dos EUA na avenida”, seguiu.
Malafaia diz que Lindbergh e o PT não têm moral para falar “de ninguém”. “Que moral esse cara tem para falar da gente? Eles andam tudo de vermelho, com a camisa da cor do comunismo. Pelo amor de Deus.”
“Estava todo mundo de verde e amarelo na avenida”, segue. “Por causa de uma bandeira americana? Vá plantar batata esse cara.”
Em postagens no X (antigo Twitter), Eduardo Bolsonaro festejou a iniciativa de se levar uma bandeira norte-americana para a avenida Paulista e escreveu:
“Por que uma bandeira dos EUA no dia da Independência do Brasil? As ditaduras geralmente são derrubadas de fora para dentro, porque dentro delas os tiranos censuram qualquer ferramenta que possa fazê-los perder o poder. É por isso que no Dia da Independência do Brasil as pessoas foram às ruas para desmentir a narrativa oficial de que Donald Trump não tem legitimidade no Brasil e que há um ataque americano em andamento contra a soberania nacional. Não! Os brasileiros não precisam mais das prostitutas da mídia tradicional, ricamente pagas com o dinheiro dos contribuintes, para se informarem. E sim, somos um povo educado que sabe agradecer àqueles que nos ajudam na guerra para resgatar nossas liberdades e a democracia.” Ele termina a mensagem escrevendo em maiúsculas: “MUITO OBRIGADO, PRESIDENTE DONALD J. TRUMP, POR TRABALHAR PARA CONSERTAR A BAGUNÇA DEIXADA POR SEU ANTECEDENTE”. (Com informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo)